São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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PÉ NO FREIO

Para presidente do Banco Central, decisão de manter os juros foi difícil, mas transparente

Meirelles minimiza divisão no Copom

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

A falta de unanimidade na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central sobre a manutenção dos juros mostra que a decisão foi difícil e que a autoridade monetária é transparente, disse o presidente do BC, Henrique Meirelles. Na reunião, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 16% ao ano. Seis integrantes do comitê votaram pela manutenção, e três, pela redução da taxa em 0,25 ponto percentual.
"Isso mostra duas coisas. Em primeiro lugar, que já estamos em um movimento de sintonia fina, o que é ótimo. Em segundo, que há um processo de transparência dentro do BC", afirmou Meirelles, após participar de um evento em São Paulo.
Para o presidente do BC, as decisões tendem a ser unânimes quando a solução "é mais ou menos evidente". "Agora, quando a política monetária está funcionando bem, é normal que na margem as decisões sejam difíceis e, portanto, que exista mais de uma opinião. Isso acontece no mercado ou dentro do Banco Central."

Meta de crescimento
Meirelles se mostrou a favor da criação de uma meta de crescimento para o país, mas afirmou que não seria de responsabilidade da autoridade monetária, que continuará perseguindo a inflação. "Na realidade, a colaboração que o Banco Central pode dar para o crescimento é mantendo a estabilidade monetária e dos preços. Agora, a agenda de crescimento depende de todo o Congresso, dos empresários, da sociedade, dos movimentos sindicais", afirmou.
A possibilidade da criação de uma meta de crescimento foi mencionada no último final de semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao jornal "O Globo". Lula disse que o CMN (Conselho Monetário Nacional) poderá discutir uma meta de crescimento, que será perseguida com o controle da inflação.


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