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Para analistas, PIB subiu mais de 1%
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A economia brasileira cresceu
mais de 1% no primeiro trimestre
deste ano em relação aos últimos
três meses do ano passado e pode
ter crescido até mais de 3% em
comparação com o mesmo trimestre de 2003, segundo especialistas ouvidos ontem pela Folha.
O resultado do PIB (Produto Interno Bruto), que é a medida do
crescimento das riquezas do país,
será divulgado pelo IBGE depois
de amanhã.
Segundo os especialistas, os números do primeiro trimestre ficarão certamente acima das previsões feitas em março pelo Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), do Ministério do Planejamento. O Ipea havia previsto
0,8% na comparação com o trimestre anterior e 1,5% em relação
ao mesmo trimestre de 2003.
"Achamos que vai ser mais",
disse a economista Mérida Medina, do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Ipea, sem
arriscar um número. Ao contrário de períodos anteriores, o Ipea
preferiu agora esperar o número
oficial para depois ajustar suas estimativas para os próximos trimestres. Por enquanto, a previsão
do órgão para este ano é de 3,4%.
O economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, é outro que
prefere esperar os números do IBGE, embora também avalie que os
dados possam vir diferentes do
que era esperado. "Está se espraiando a idéia de que [o crescimento do PIB será] mais que 1% e
até 1,5% [em relação ao trimestre
anterior]", disse. O Bradesco previa antes expansão de 0,83%.
"Se vier 1,5%, será um número
espetacular", afirmou Barros, ressalvando que a divulgação pode
ser parcialmente frustrada pelo
resultado da indústria de abril,
que tenderia a não ser tão bom
quanto o de março.
A consultoria Tendências estima que o PIB crescerá 2% sobre o
primeiro trimestre de 2003 e 1,4%
sobre o trimestre anterior. Haverá, segundo a previsão, crescimento de todos os setores, em relação ao mesmo trimestre de
2003: 2,6% da agropecuária, 2,1%
da indústria e 1,9% dos serviços.
A consultoria avalia que o mercado interno contribuiu com 0,7
ponto percentual para o crescimento e o mercado externo, com
1,3 ponto. Para o economista Juan
Jansen, o desempenho econômico do primeiro trimestre não sofreu impacto, como se esperava,
da decisão do BC de não baixar os
juros em janeiro e fevereiro. Esse
impacto, segundo ele, demora de
três a seis meses para aparecer.
A consultoria Global Invest espera 1,8% em relação ao quatro
trimestre e 3,3% sobre o mesmo
trimestre do ano passado. Para o
economista Alex Agostini, o crescimento na ponta é graças ao otimismo do começo do ano com a
queda dos juros.
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