São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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Para analistas, PIB subiu mais de 1%

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A economia brasileira cresceu mais de 1% no primeiro trimestre deste ano em relação aos últimos três meses do ano passado e pode ter crescido até mais de 3% em comparação com o mesmo trimestre de 2003, segundo especialistas ouvidos ontem pela Folha.
O resultado do PIB (Produto Interno Bruto), que é a medida do crescimento das riquezas do país, será divulgado pelo IBGE depois de amanhã.
Segundo os especialistas, os números do primeiro trimestre ficarão certamente acima das previsões feitas em março pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), do Ministério do Planejamento. O Ipea havia previsto 0,8% na comparação com o trimestre anterior e 1,5% em relação ao mesmo trimestre de 2003.
"Achamos que vai ser mais", disse a economista Mérida Medina, do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Ipea, sem arriscar um número. Ao contrário de períodos anteriores, o Ipea preferiu agora esperar o número oficial para depois ajustar suas estimativas para os próximos trimestres. Por enquanto, a previsão do órgão para este ano é de 3,4%.
O economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, é outro que prefere esperar os números do IBGE, embora também avalie que os dados possam vir diferentes do que era esperado. "Está se espraiando a idéia de que [o crescimento do PIB será] mais que 1% e até 1,5% [em relação ao trimestre anterior]", disse. O Bradesco previa antes expansão de 0,83%.
"Se vier 1,5%, será um número espetacular", afirmou Barros, ressalvando que a divulgação pode ser parcialmente frustrada pelo resultado da indústria de abril, que tenderia a não ser tão bom quanto o de março.
A consultoria Tendências estima que o PIB crescerá 2% sobre o primeiro trimestre de 2003 e 1,4% sobre o trimestre anterior. Haverá, segundo a previsão, crescimento de todos os setores, em relação ao mesmo trimestre de 2003: 2,6% da agropecuária, 2,1% da indústria e 1,9% dos serviços.
A consultoria avalia que o mercado interno contribuiu com 0,7 ponto percentual para o crescimento e o mercado externo, com 1,3 ponto. Para o economista Juan Jansen, o desempenho econômico do primeiro trimestre não sofreu impacto, como se esperava, da decisão do BC de não baixar os juros em janeiro e fevereiro. Esse impacto, segundo ele, demora de três a seis meses para aparecer.
A consultoria Global Invest espera 1,8% em relação ao quatro trimestre e 3,3% sobre o mesmo trimestre do ano passado. Para o economista Alex Agostini, o crescimento na ponta é graças ao otimismo do começo do ano com a queda dos juros.


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