São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Dois lados A restrição chinesa à maioria das multinacionais exportadoras de soja que atuam na América do Sul, se for realmente levada a sério, terá dois efeitos contraditórios, diz um analista de mercado. De um lado, permite a expansão de novas empresas. De outro, o país terá problemas porque essas múltis colocaram 4 milhões dos 6 milhões de toneladas exportadas pelos brasileiros para a China no ano passado. Caminho de volta A soja manteve tendência de queda ontem na Bolsa de Chicago. O primeiro contrato fechou a 866 centavos de dólar por bushel (27,2 quilos), 0,74% abaixo do valor de sexta-feira. Nos últimos 30 dias, a queda acumulada é de 10,4%, mas os preços atuais ainda superam em 38% os do mesmo período de 2003. Análise difícil Será cada vez mais difícil a análise do mercado de soja daqui para a frente, diz um experiente analista do setor. "Foi-se o tempo em que demanda e a oferta indicavam os cenários futuros", acrescenta. "Agora, a entrada e a saída dos fundos de investimento e a concentração do mercado nas mãos das multinacionais vão dificultar cada vez mais as análises", diz. Mercado para o Brasil O setor de carnes se encontra em estado lastimável na Rússia. A produção cai seguidamente e as importações aumentam, diz o diretor de uma associação de produtores do país. Essa dependência não se restringe apenas às carnes, mas já atinge também o leite, diz ele. Bom para o Brasil, que está assumindo a liderança mundial nos setores de carnes bovina e de frango. Em alta Os preços recebidos pelos produtores paulistas subiram pela quarta semana consecutiva. Nos últimos 30 dias até 21 deste mês, os preços subiram 3,61%, diz pesquisa do Instituto de Economia Agrícola. Nesse ritmo, os preços devem fechar maio com alta, o que já havia ocorrido em abril (0,88%). O que sobe Nelson Martin, coordenador da pesquisa, mostra que o tomate, ao subir 100%, mantém liderança de alta. A seguir vieram cebola (52%), frango (28%) e trigo (17%). Algodão (15%) e soja (8%) lideraram as quedas no período. Ritmo bom Os dados de ontem da Secex mostram nova evolução nas receitas com carnes. Nas três primeiras semanas deste mês, a média diária das exportações atingiu US$ 25 milhões, 16% a mais do que abril e 79% superior às receitas de maio de 2003. Já as receitas com soja mantiveram queda, recuando 11% em relação ao ano passado. Dólar caro As compras de adubos e de fertilizantes vão ficar ainda mais pesadas no bolso dos produtores. Os gastos com essas importações somaram US$ 6,4 milhões por dia neste mês, 22% a mais do que no ano passado. A alta do dólar -R$ 3,18 ontem- vai elevar ainda mais os preços desses produtos. No ritmo do agro A Caramuru Alimentos ampliou em 19% o quadro de trabalhadores nos últimos 16 meses. O aumento é fruto de investimentos exigidos pela expansão do setor. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Consumo: Vendas em supermercados crescem 5,89% Próximo Texto: Bebidas: Acordo AmBev/Interbrew fica mais próximo Índice |
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