São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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CONSUMO

Setor registra em abril o 1º resultado positivo em 11 meses; crescimento em relação ao mesmo período de 2003 fica em 1,69%

Vendas em supermercados crescem 5,89%

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

As vendas dos supermercados brasileiros aumentaram 1,69% em abril em relação ao mesmo mês de 2003 e 5,89% sobre março. Trata-se do primeiro resultado positivo nos últimos 11 meses.
O Índice Nacional de Vendas, divulgado ontem pela Abras (Associação Brasileira dos Supermercados) em Porto Alegre, refere-se a um desempenho "real", sendo descontada a inflação (o IPCA). A Abras não divulgou dados estratificados como o das classes sociais que aumentaram o consumo ou o dos itens mais consumidos.
Quanto à regionalização dos índices, o dado disponível é que, no ranking de faturamento, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul estão na frente. A pesquisa foi realizada em um total de 128 empresas, em todo o país.
No primeiro quadrimestre deste ano, o índice da Abras continua mostrando queda, em termos reais, de 1,33% em comparação com o mesmo período de 2003.
Até março último, porém, o índice acumulado verificado pela entidade era de uma queda em 2,38% -houve redução de um ponto. Isso significa, segundo a Abras, que a retração foi amenizada pelas vendas em abril. O presidente da Abras, João Carlos de Oliveira, disse ter esperança de que os dados signifiquem a retomada do crescimento, pelo menos no setor. Para ter essa opinião consolidada, porém, Oliveira pretende esperar o comportamento das vendas nos próximos meses.
Há, também, uma realidade diferente de abril em relação a março, que pode ter causado a melhora nas vendas. Durante a Páscoa, no início de abril, muitos supermercadistas usaram a estratégia de vender alguns produtos a prazo. Isso pode também ter influenciado na melhora do quadro.
O otimismo contido de Oliveira atinge a indústria. "Segmentos da indústria mostram expansão e, como o varejo reage com algum atraso, o desempenho de abril pode estar sinalizando o começo dessa retomada", afirmou ele.
A respeito do comportamento dos preços, Oliveira afirmou que a tendência é de estabilização. "Desde fevereiro, os preços estão em queda ou estáveis. Não há perspectivas para aumentos em junho, devendo se manter o quadro atual", disse. Mas fez uma ressalva: "Esperamos uma acomodação do dólar em R$ 3. Caso isso não ocorra, poderá haver influência nos preços futuros".


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