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VACA DOENTE
Ministério da Agricultura havia dito na quarta-feira que Rússia e Argentina suspenderiam o veto ainda ontem
Países mantêm embargo à carne brasileira
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
DA REDAÇÃO
Rússia e Argentina mantiveram
o veto à importação de carne brasileira, em razão do foco de febre
aftosa encontrado em Monte Alegre (PA), no dia 17. Na quarta-feira, o governo brasileiro havia dito
que o embargo seria suspenso
ainda ontem pelos dois países
-apesar de o governo argentino
não ter confirmado a informação.
Em relação à Argentina -que
havia anunciado o embargo na
própria quarta-feira-, o Ministério da Agricultura divulgou nota ontem na qual relatou que já
havia enviado ao governo argentino informações sobre a identificação do foco da doença no Pará.
O ministério afirmou que o governo russo alegou ter solicitado
informações adicionais sobre o
foco da aftosa. A embaixada em
Moscou, no entanto, não teria recebido o pedido.
Blefe
A Rússia blefa ao proibir importações de carne do Brasil, alegando a existência de um foco de febre aftosa no Estado do Pará. Essa
é a opinião de exportadores e representantes de entidades ligadas
ao setor ouvidos pela Agência Folha. A proibição russa, porém, deve afetar mais o setor de carnes
suínas que o de gado bovino.
"Quando você começa a aparecer, pode se preocupar que irão
começar os ataques", define Irene
Batista Monteiro, gerente de comercialização da multinacional
holandesa Teeuwissen Mercosul,
exportadora de alimentos.
Segundo ela, o Brasil tem que se
preocupar, "daqui para a frente",
com medidas como a tomada pelos russos. "É simples, o Brasil hoje é competitivo. E em um mercado internacional bastante vendedor, a briga vai ser de foice por
mercados", afirma.
A Teeuwissen tem hoje dois carregamentos de carne bovina, "no
mar", com destino à Rússia. Irene
Monteiro disse que a proibição
russa visa brecar a entrada de carne suína, e não a bovina. "Eles [os
russos] produzem carne suína,
que é um mercado mais restrito
que o de carne bovina", diz.
A Agência Folha apurou ontem
que frigoríficos brasileiros conseguiram recolocar a carne bovina
barrada pela Rússia em outros
mercados. Carregamentos de carne suína, no entanto, estão armazenados em portos e com custos
de "logística", de acordo com Péricles Salazar, do Sindicarne (Sindicato das Indústrias de Carnes e
Derivados) do Paraná.
Nos primeiros quatro meses
deste ano, o Paraná exportou para
a Rússia US$ 14,5 milhões em carne suína, US$ 4,5 milhões em
frango e US$ 2,6 milhões em carne bovina.
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