DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse que o governo brasileiro resolveu emitir títulos da dívida externa com taxas de juros flutuantes porque alguns países estão fazendo o mesmo com o objetivo de separar o "risco Brasil" do "risco Fed".
Ou seja, separar o risco de investir no Brasil do risco de as taxas de juros norte-americanas aumentarem mais do que o esperado pelo mercado. O Fed (Federal Reserve) é o BC dos EUA.
"Essa é uma explicação, não sei se é a principal", disse. Segundo ele, existem fatores que são confidenciais na avaliação do comitê de diretores do Banco Central e do Tesouro que decide como serão as emissões externas. Nesta semana, o governo emitiu títulos no valor de US$ 750 milhões com vencimento em 2009. Os títulos são corrigidos por uma taxa fixa mais a Libor, que é flutuante.
O Brasil não emitia títulos externos com juros flutuantes desde 1994, quando foi fechada a renegociação de uma dívida flutuante que passou até por uma moratória. Esse tipo de juro varia conforme a conjuntura internacional.
Mas Levy explicou que o governo não viu risco na emissão atual. "O risco é reduzido porque a emissão não é baixa e não é muito longa. Não tem como haver surpresas." Como exemplo de emissão do mesmo tipo, ele citou operação recente feita pelo México.
Levy informou ainda que o mês de junho foi de mais tranqüilidade na administração da dívida interna. Em maio, o Tesouro teve dificuldade para vender papéis devido às incertezas relacionadas ao cenário externo.
Em junho as emissões foram de R$ 22,148 bilhões, e os resgates, de R$ 20,154 bilhões. A posição já é final porque a maior parte do leilão da semana que vem foi transferida para quarta. A liquidação desse leilão acontecerá na quinta, já em julho, quando vencem R$ 25 bilhões em papéis prefixados.


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