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CRIME NA REDE
Engenheiro é detido sob a acusação de comercializar 92 milhões de endereços eletrônicos de clientes de provedor
Venda de e-mails acaba em prisão nos EUA
DO "NEW YORK TIMES"
Um engenheiro que trabalhava
na America Online (AOL) foi preso ontem sob a acusação de roubar 92 milhões de endereços de e-mails de clientes da empresa e
vendê-los para anunciantes de pílulas para aumentar o pênis e sites
de jogos na internet.
O engenheiro Jason Smathers,
24, foi preso em sua casa em Harpers Ferry, Virgínia Ocidental.
Sean Dunaway, 21, que foi descrito pelos promotores como um
corretor de listas de e-mails para
spam (publicidade não-solicitada), foi preso em Las Vegas. O
promotor federal de Manhattan
(Nova York) os acusou de violar a
nova lei federal anti-spam.
O caso é um dos primeiros processos criminais de acordo com a
nova lei, que entrou em vigor em
1º de janeiro. Cada réu poderá pegar a pena máxima de cinco anos
de prisão e multa de US$ 250 mil
ou o dobro do rendimento ou
prejuízo bruto de suas atividades.
Segundo a queixa, Smathers
usou a identidade de outro funcionário da AOL, que trabalha em
Tucson, Arizona, para ter acesso à
lista de "nomes de tela" -nome
dado pela AOL aos endereços de
e-mails- de seus membros em
maio de 2003.
A lista também incluía o número de telefone, o código postal e o
tipo de cartão de crédito usado
pelos clientes da AOL. Ela não
continha os números dos cartões
de crédito, que são guardados em
um banco de dados separado.
Investigação
Dunaway comprou a lista de
Smathers para promover seu próprio site de jogos na internet, e
por sua vez vendeu a lista para outros distribuidores de spam, por
US$ 52 mil. Depois, em março
passado, Dunaway pagou a Smathers US$ 100 mil por uma lista
atualizada.
A denúncia diz que Smathers
vendeu a lista para outras pessoas,
mas não dá detalhes sobre os
compradores ou os termos dessas
vendas.
A AOL disse, por meio de uma
declaração, que a infração de
Smathers foi detectada no início
deste ano, quando a empresa moveu um processo civil contra um
grupo de "spammers".
Na investigação desse processo,
a AOL entrevistou alguém que
disse ter comprado os endereços
de seus assinantes de uma pessoa
da firma e os utilizou para mandar publicidade de pílulas para
aumentar o pênis, segundo a
queixa.
A AOL passou essa informação
ao serviço secreto. O vendedor de
pílulas disse ao serviço secreto
que comprou uma lista de nomes
de Dunaway, que lhe disse que a
havia comprado de um funcionário da AOL.
A America Online, uma unidade da Time Warner, conseguiu
determinar a identidade do funcionário examinando as datas de
uma cópia da lista apresentada
pelo vendedor de pílulas, segundo
a queixa.
Quando determinou a data em
que a lista foi roubada, a empresa
examinou o registro de usuários e
descobriu que o computador de
Smathers esteve envolvido no
exame de endereços de e-mails
naquela data.
Demissão
A America Online investigou o
computador laptop de Smathers,
que foi demitido ontem, e descobriu e-mails falando sobre os lucros que podem ser obtidos com o
envio de spam, assim como evidências de que ele havia entrado
no banco de dados da AOL, disse
a queixa.
O vendedor de pílulas, que não
foi identificado, também disse
que usou computadores secretamente seqüestrados para distribuir a publicidade, o que seria
uma violação da nova lei anti-spam.
A queixa disse que ele estava
fornecendo informações aos promotores na esperança de conseguir atenuantes para sua participação no caso.
Smathers depôs num tribunal
ontem na Virgínia e deverá passar
a noite na cadeia. Dunaway deverá ser ouvido hoje num tribunal
de Las Vegas. Uma porta-voz do
Ministério da Justiça dos Estados
Unidos disse que não sabia se Dunaway e Smathers tinham contratado advogados.
Na declaração, a AOL disse:
"Lamentamos profundamente o
que ocorreu e estamos revendo e
reforçando totalmente nossos
procedimentos internos em conseqüência dessa investigação e detenção".
Tradução de Luiz Roberto
Mendes Gonçalves
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