São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Indicadores negativos dos EUA afetam mercados

Bovespa cai 0,7% com recuo na confiança; Fed decide juro hoje

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Baixas moderadas marcaram os pregões nas Bolsas de Valores ontem pelo mundo. A reunião do Fed (o banco central dos EUA), que se encerra hoje, deve ser decisiva para o rumo que tomará o mercado acionário internacional. A Bovespa terminou o dia com baixa de 0,73%, aos 64.167 pontos.
O fraco desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo quase engoliu seus ganhos no ano: sua alta acumulada em 2008 passou a ser de apenas 0,44%. A movimentação na Bovespa aumentou em relação ao dia anterior, mas se manteve abaixo da média anual. Ontem, foram negociados no pregão R$ 5,27 bilhões, aproximadamente 15% a menos que a média diária deste ano.
Um dado desanimador de ontem foi a divulgação de nova queda na confiança do consumidor norte-americano, que desceu a seu pior nível em mais de uma década. Isso eleva os temores de que o consumo encolha e a economia se desacelere ainda mais.
Nas Bolsas americanas, o dia foi marcado por quedas. O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas de maior liquidez, recuou 0,29%. A Bolsa eletrônica Nasdaq terminou com baixa de 0,73%.
Em Londres, a Bolsa terminou com baixa de 0,57%. Em Frankfurt, a queda de ontem ficou em 0,81%.
Após mais um dia ruim, a Bovespa passou a ter desvalorização de 11,61% neste mês.
O pregão só não foi mais decepcionante para a Bovespa devido ao resultado positivo das ações da Vale, que, com as da Petrobras, são as de maior peso do mercado doméstico.
No fim do pregão, as ações preferenciais "A" da Vale, responsáveis por quase 10% das operações de ontem, marcavam alta de 1,47%; as ordinárias subiram 1,78%.
De acordo com analistas, um relatório do Merrill Lynch, no qual foi reiterada a recomendação de compra para as ações da Vale, favoreceu seu desempenho no pregão.
Além disso, o setor de siderurgia e mineração tem vivido um período de fortes reajustes de preços no exterior, o que favorece os papéis de companhias do segmento.
Outra ação do setor com resultado positivo ontem foi a ON da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que subiu 0,52%.
Já as ações da Petrobras não conseguiram escapar do vermelho: fecharam com recuo de 0,39% (ordinárias) e 0,27% (preferenciais). E isso mesmo com o petróleo em alta no mercado internacional.
A cotação do barril de petróleo subiu com os investidores tentando antecipar os dados sobre os estoques norte-americanos, que vão ser divulgados hoje -espera-se que haja uma queda nos estoques, o que pressionaria ainda mais os preços do produto.
O petróleo encerrou com apreciação de 0,19% em Nova York, aos US$ 137.
O mercado internacional deve ter um dia agitado hoje, especialmente na parte da tarde, após o Fed apresentar o resultado da reunião de política monetária. A expectativa é que a taxa dos EUA seja mantida nos atuais 2% ao ano. Mas o que mais interessa investidores e analistas é a nota que os dirigentes do Fed vão apresentar depois do encontro. O documento poderá dar sinais sobre o futuro dos juros nos EUA.
Em um cenário de pressão inflacionária e fraco crescimento econômico, como o atual, há muitas dúvidas sobre o que o Fed irá fazer daqui para o fim do ano.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar encerrou em baixa diante do real, de 0,68%, negociado a R$ 1,603.


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