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Design "salva" país em festival de publicidade
Categoria, que recebeu forte investimento do Brasil em Cannes, rende sete Leões, sendo um de ouro, para a Havaianas
Nove de 11 categorias já foram julgadas, e Brasil soma 29 Leões em Cannes -seis de ouro; em 2008 o país conquistou 41 Leões
CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
O design salvou a participação brasileira no Festival Internacional de Publicidade de
Cannes. Em seu segundo ano
na competição, a categoria garantiu sete Leões para o país,
sendo um de ouro, para a Havaianas.
Ao contrário dos anos anteriores, em 2009 as agências
brasileiras não tinham conquistado ou ficaram com apenas um prêmio em quatro categorias. Em outras duas, o número de troféus caiu a menos
da metade, com relação ao ano
passado.
Com nove categorias julgadas até agora, o país já conquistou 29 Leões, sendo seis de ouro. Faltam serem anunciados
apenas os vencedores de filmes
e Titanium, a área das novas
ideias. Em 2008, o país obteve
41 Leões.
O bom desempenho em design foi conseguido graças à organização das empresas do setor. Desde o ano passado, elas
se prepararam para levar a
Cannes o maior número possível de trabalhos.
Coordenados pela Abedesign
(Associação das Empresas Brasileiras de Design) e patrocinados pela Apex (Associação Brasileira de Exportação e Investimentos), os designers brasileiros foram recordistas em número de inscrições, com 174
trabalhos apresentados.
Também foram os únicos a
montar um estande para mostrar seu trabalho no evento e
ainda organizaram uma comissão de 30 participantes, que foram ao festival captar tendências e fazer contatos com possíveis clientes. O investimento
na ida a Cannes somou R$ 2 milhões -a Apex patrocinou R$
800 mil desse total.
"Queremos gerar reconhecimento no mercado internacional sobre a capacidade e o custo
do design brasileiro, como fazem hoje as produtoras de cinema nacionais", diz Luciano
Deos, presidente da Abedesign
e jurado brasileiro na categoria.
"Essa é a janela mais ensolarada e aberta que temos para nos
inserir no mercado externo e
para ver o trabalho repercutir
no país."
Segundo Sylvia Vitale, presidente do júri de design, Índia e
Brasil causaram surpresa com
trabalhos criativos, irreverentes e de qualidade. Para Deos,
no entanto, o design nacional
acaba sendo prejudicado porque a maior parte dos trabalhos
feitos no país é de embalagens.
"Nessa área, não há quebra de
paradigmas", diz Deos.
Foi exatamente o que buscou
a Nike de Hong Kong, que conquistou o Grand Prix da categoria. Para mostrar a beleza da
disputa de uma partida de basquete, dez jogadores de ensino
médio foram fotografados e depois montaram suas imagens
em várias "batalhas" na quadra.
Os pôsteres foram confeccionados pelos mesmos jogadores,
por meio de serigrafias, depois
reproduzidos e espalhados pelo
país.
"Apesar de ser impressa, a
campanha foi interativa e deixou muito clara a posição da
marca, o "Just do it'", afirma Vitale. "Com o trabalho, a Nike,
cujo logotipo mal aparece, conseguiu viver a posição que proclama."
De acordo com Deos, o objetivo da associação, a partir de
agora, será desenhar um projeto para Cannes, nos próximos
cinco anos, e alcançar o Grand
Prix da categoria.
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