São Paulo, quinta, 25 de junho de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Juros no over caem para menos de 21%

da Reportagem Local

Os juros caíram ontem com a expectativa de redução na taxa básica (TBC) pelo Comitê de Política Monetária, cuja reunião só terminou após o fechamento do mercado. A Bolsa de Valores de São Paulo teve mais um dia de movimento fraco, girando R$ 464,6 milhões, e terminou em queda de 0,81%.
Nos mercados futuros, os juros projetados nos contratos para vencimento em agosto caíram de 21,29% ao ano para 21,09%. No mercado do dia-a-dia, o chamado over, os juros dos Certificados de Depósito Interbancário (CDI) passaram de 21,01% ao ano para 20,91%. A TBC (piso do over) estava em 21,75% e os especialistas esperavam que ela fosse reduzida para até 20,5% a partir de hoje.
O câmbio futuro na BM&F chegou a apresentar nervosismo, com queda de preços à tarde. Mas, no final do dia, houve calmaria. Só o contrato para vencimento em julho terminou pressionado, com projeção de desvalorização do real passando de 0,61% ao mês anteontem para 0,62% ontem.
No mercado à vista, houve calmaria e o Banco Central alterou o piso e o teto da minibanda, a faixa informal de variação do câmbio, em 0,1%. O dólar comercial para compra terminou o dia colado no piso da minibanda, a R$ 1,1555.
A tensão voltou ao mercado de ações com a nova desvalorização do iene contra o dólar, que chegou a ser cotado a 140,9 ienes, abaixo dos patamares registrados após a intervenção do Fed (banco central dos EUA), de 142,8. Os investidores na Bolsa de Valores de São Paulo ignoraram a alta de 1,08% na Bolsa de Nova York e a provável redução nos juros brasileiros e realizaram lucros.
Com a desvalorização do iene e o aprofundamento da crise asiática, os investidores internacionais continuam desanimados com os chamados mercados emergentes, o que incluiu o Brasil.
Neste mês, até o dia 20 último, saíram R$ 548,236 milhões em investimentos estrangeiros da Bolsa de Valores de São Paulo. A saída de recursos externos deste mês deve ser maior do que a do mês passado, de R$ 554,5 milhões.
Hoje, o Banco Central vai vender R$ 8 bilhões de Letras do Banco Central (títulos de juros pós-fixados) com vencimento em 25 de setembro e R$ 500 milhões em títulos com correção cambial e vencimento em 26 de novembro.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)



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