|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMÓVEIS
Herbert Demel reconhece que a marca deverá perder mercado no próximo ano
VW diz que montadoras têm prejuízo
LUCIANO SOMENZARI
da Reportagem Local
O presidente da Volkswagen
América do Sul, o austríaco Herbert Demel, 44, afirmou ontem
que quase todas as principais
montadoras de automóveis do
Brasil fecharam o último ano "no
vermelho".
Ele considera que o desempenho
negativo foi o resultado de vários
fatores, como a alta taxa de juros
no mercado financeiro e a excessiva tributação que incide sobre os
automóveis, além dos grandes investimentos em produção feitos
pelas fábricas.
Perguntado sobre o exemplo da
General Motors do Brasil, que
conseguiu fazer grandes volumes
de exportação no ano passado, inclusive para a matriz norte-americana, Demel foi enfático: "É preciso verificar também o quanto a
GM investiu para isso".
Para ele, o investimento feito pela marca ainda não foi compensado pelo volume de exportações.
O presidente da Volkswagen disse também não acreditar que haverá mercado suficiente para abrigar todas as montadoras que estão
se instalando no país, apesar de
considerar o Brasil um dos mercados "mais promissores do mundo".
As novas montadoras a que ele
se refere são a Honda, que já começou a produzir, a Toyota, a Renault e a Peugeot/Citroën, a Mercedes-Benz, a Chrysler e a Asia,
além da própria Audi, do grupo
Volkswagen.
Quanto às fábricas já instaladas, Demel faz a seguinte análise
para os próximos anos: todas,
com pouquíssimas exceções, vão
perder faixa de mercado.
"Nós também vamos perder,
mas não faz mal; se continuarmos
a liderar o mercado já será um
ponto muito forte", reconhece.
A Volkswagen lidera as vendas
de automóveis no Brasil há mais
de dez anos e fechou o ano passado com 29% do mercado nos negócios feitos no atacado (da montadora para as concessionárias).
Em seguida vêm a Fiat com 28%,
depois a Chevrolet com 24% e por
último a Ford, com 12%.
Demel reafirmou os planos de
investir nos próximos dois anos
mais de R$ 750 milhões nas fábricas de São Bernardo do Campo
(SP) e de Taubaté.
"Em São Bernardo terá de ser
construída praticamente uma nova fábrica dentro de outra porque
é preciso criar espaço suficiente
para a linha de produção de um
novo carro", adiantou.
O novo modelo será o chamado
PQ-24 (nome do projeto do novo
carro), que, segundo Demel, estará na categoria situada entre o
atual Gol (que deverá permanecer) e o Golf, este com produção
prevista para agosto de 99.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|