MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Starmedia Networks, a primeira empresa de Internet latino-americana a abrir capital nos EUA, pode ir às compras nos próximos meses. Segundo Fernando Espuelas, fundador e principal executivo da Starmedia, a empresa conta com US$ 300 milhões, dinheiro suficiente para manter a empresa funcionando e ainda adquirir outras companhias.
Espuelas revelou que a empresa já contratou dois bancos de investimento que, em conjunto com oito executivos da Starmedia, estão vasculhando e analisando o mercado latino-americano em busca de bons negócios.
Ele afirma que a empresa conta com US$ 200 milhões em caixa e outros US$ 100 milhões em linhas de crédito já garantidas. "Sem falar nas nossas ações. Muitos processos de aquisições não envolvem dinheiro, são feitos com troca de ações", diz.
A Starmedia já comprou cinco empresas no Brasil desde o início do ano passado. O Cadê? e o Zeek, dois serviços de busca brasileiros, foram adquiridos no primeiro semestre de 1999. Depois dessas aquisições, o GuiaSP, o GuiaRJ e o site batepapo.com.br também foram comprados pela empresa. Os valores das operações não foram revelados.
Com relação ao Cadê?, maior operação feita pela Starmedia, Espuelas já chegou a brincar dizendo que só revelaria quanto pagou pelo site em sua biografia.
Espuelas acredita que a capacidade da empresa para escolher marcas de sucesso e com grande audiência foi um dos principais fatores que permitiram que ela se tornasse um dos portais líderes na América Latina.
Ele não revelou os números de audiência da Starmedia, que devem ser anunciados na primeira semana de agosto, quando a empresa divulgará os resultados do segundo trimestre deste ano. A respeito dos resultados, Espuelas só adianta que serão os melhores já apresentados pela empresa.
"A previsão de nosso plano de negócios é que começaremos a ter lucro no último trimestre de 2002", afirma. Ele diz ainda que a empresa não mudou seus planos depois dos abalos enfrentados pelas Bolsas no início deste ano.
Para Espuelas, o humor dos investidores em relação às empresas de Internet ainda é ruim. Ele acredita, no entanto, que ele deve melhorar no médio prazo.
"Se tudo correr bem com o lançamento de ações da América Online eu acredito que as coisas melhoram" avalia, referindo-se à oferta de ações da AOLA, empresa do provedor AOL que concentra os negócios da companhia na América Latina, que deve ocorrer nas próximas semanas.


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