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LAZER
Uma em cada duas pessoas verá algum filme no ano; alimentos e bebidas respondem por até 25% do faturamento do setor
Aumenta público brasileiro nos cinemas, diz BNDES
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O brasileiro gosta de cinema e
está gastando mais com esse tipo
de lazer.
É o que mostra um trabalho do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que acabou de ser concluído
por técnicos da instituição.
A venda de ingressos aumentará de 70 milhões para 80 milhões
neste ano e o faturamento apenas
com bilheteria aumentará em R$
50 milhões, atingindo R$ 400 milhões em 2000, segundo companhias que operam no setor.
Os dados mostram que um em
cada dois brasileiros assistirá a algum filme na telona no ano. Essa
elevação acontecerá após dois
anos consecutivos de estabilidade, revela o relatório.
"O que existe não é um aumento na frequência de antigos visitantes, mas a entrada de um novo
público, que está tendo acesso às
novas salas inauguradas", diz
Francisco Pinto, diretor de planejamento e expansão do grupo Severiano Ribeiro, o segundo maior
do país no setor de exibição.
O aumento no número de carteiras de desconto para estudantes também tem aquecido o mercado. A UNE (União Nacional
dos Estudantes) espera distribuir
700 mil unidades em 2000. Foram
500 mil em 99.
Dados do relatório mostram
que, em 97, foram vendidos 52,5
milhões de bilhetes (a população
era de 163 milhões de pessoas).
Em 96, segundo as empresas, foram comercializados 50 milhões.
O salto não pode ser interpretado,
necessariamente, como um aumento na receita das operadoras.
Em média, metade do faturamento obtido com a bilheteria vai
parar no caixa das distribuidoras
dos filmes (Fox, Warner, Columbia, entre outras), segundo contrato fechado entre elas e as empresas de exibição.
Na busca de alternativas, o que
tem ajudado a garantir os bons resultados são as chamadas "receitas complementares" dos grupos.
As grandes operadoras, que trabalham com salas "multiplex"
(compostas de área para alimentação, pistas de boliche e estacionamento), obtêm até um quarto
de seu faturamento com a venda
de alimentos e bebidas. No ano
passado, a receita total do setor
(inclui bilheterias e outros serviços) ficou em R$ 430 milhões.
"Em média, os produtos vendidos representam 20% do faturamento, mas há casos em que chega a 25%", diz William George
Saab, gerente setorial de serviços
do BNDES. Na Severiano, a taxa
deve chegar em 30% em 2001.
A pipoca e o refrigerante têm virado personagem central das salas de exibição, até porque há redes que proíbem a entrada do cinéfilo com uma simples garrafa
de água na mão. Quem quiser que
compre lá dentro, e por preços
mais salgados do que os praticados em lojas e supermercados.
A Severiano diz que não faz esse
tipo de restrição. O Cinemark, a
maior rede do país, só permite a
entrada de pessoas nas salas com
produtos comprados em sua área
de alimentação. Cerca de 25% do
faturamento do Cinemark é obtido com a venda desses itens.
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