São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 2000


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LAZER
Uma em cada duas pessoas verá algum filme no ano; alimentos e bebidas respondem por até 25% do faturamento do setor
Aumenta público brasileiro nos cinemas, diz BNDES

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O brasileiro gosta de cinema e está gastando mais com esse tipo de lazer. É o que mostra um trabalho do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que acabou de ser concluído por técnicos da instituição.
A venda de ingressos aumentará de 70 milhões para 80 milhões neste ano e o faturamento apenas com bilheteria aumentará em R$ 50 milhões, atingindo R$ 400 milhões em 2000, segundo companhias que operam no setor.
Os dados mostram que um em cada dois brasileiros assistirá a algum filme na telona no ano. Essa elevação acontecerá após dois anos consecutivos de estabilidade, revela o relatório.
"O que existe não é um aumento na frequência de antigos visitantes, mas a entrada de um novo público, que está tendo acesso às novas salas inauguradas", diz Francisco Pinto, diretor de planejamento e expansão do grupo Severiano Ribeiro, o segundo maior do país no setor de exibição.
O aumento no número de carteiras de desconto para estudantes também tem aquecido o mercado. A UNE (União Nacional dos Estudantes) espera distribuir 700 mil unidades em 2000. Foram 500 mil em 99.
Dados do relatório mostram que, em 97, foram vendidos 52,5 milhões de bilhetes (a população era de 163 milhões de pessoas). Em 96, segundo as empresas, foram comercializados 50 milhões. O salto não pode ser interpretado, necessariamente, como um aumento na receita das operadoras.
Em média, metade do faturamento obtido com a bilheteria vai parar no caixa das distribuidoras dos filmes (Fox, Warner, Columbia, entre outras), segundo contrato fechado entre elas e as empresas de exibição.
Na busca de alternativas, o que tem ajudado a garantir os bons resultados são as chamadas "receitas complementares" dos grupos.
As grandes operadoras, que trabalham com salas "multiplex" (compostas de área para alimentação, pistas de boliche e estacionamento), obtêm até um quarto de seu faturamento com a venda de alimentos e bebidas. No ano passado, a receita total do setor (inclui bilheterias e outros serviços) ficou em R$ 430 milhões.
"Em média, os produtos vendidos representam 20% do faturamento, mas há casos em que chega a 25%", diz William George Saab, gerente setorial de serviços do BNDES. Na Severiano, a taxa deve chegar em 30% em 2001.
A pipoca e o refrigerante têm virado personagem central das salas de exibição, até porque há redes que proíbem a entrada do cinéfilo com uma simples garrafa de água na mão. Quem quiser que compre lá dentro, e por preços mais salgados do que os praticados em lojas e supermercados.
A Severiano diz que não faz esse tipo de restrição. O Cinemark, a maior rede do país, só permite a entrada de pessoas nas salas com produtos comprados em sua área de alimentação. Cerca de 25% do faturamento do Cinemark é obtido com a venda desses itens.



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