DE BUENOS AIRES

Os quatro economistas "notáveis" enviados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) a Buenos Aires vão divulgar apenas na próxima semana o relatório que contém as medidas que deveriam ser tomadas pelo governo argentino para resolver a crise do sistema financeiro deste país.
No entanto, já se sabe que os conselhos que o relatório vai trazer não devem ser diferentes das exigências que já vêm sendo impostas pelo próprio FMI ao governo do presidente Eduardo Duhalde nos últimos meses.
A missão de economistas estrangeiros chegou no domingo à Argentina e encerrou seus trabalhos ontem, depois de uma reunião com o ministro da Economia do país, Roberto Lavagna.
Segundo parlamentares, banqueiros e membros da equipe econômica que participaram dos encontros dos últimos dias, os "notáveis" deverão cobrar uma solução para as restrições bancárias impostas pelo "corralito" (as restrições de saques criadas pelo governo em dezembro de 2001).
Os economistas devem defender a liberação total dos saques em contas correntes e cadernetas de poupança bloqueados uma vez que o governo consiga conter definitivamente a liberação dos recursos por meio de processos judiciais.
Dessa forma, eles acreditam que seria possível recuperar a confiança no sistema financeiro argentino sem provocar corrida à moeda norte-americana ou hiperinflação.
Durante a visita, os "notáveis" também deixaram claro que não aprovam nenhum plano que estabeleça a dolarização da economia argentina como solução para a crise no país. Para eles, o melhor seria permitir a livre flutuação do dólar com intervenções pontuais do Banco Central e apenas nos dias de maior tensão no mercado de câmbio.
No relatório, eles também devem defender uma maior independência do Banco Central em relação a decisões políticas do governo.
(JS)


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