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País obtém 1º superávit com o exterior
no acumulado em 12 meses desde 94
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela primeira vez desde outubro de 1994, o Brasil registrou, no
acumulado em 12 meses, resultado positivo na sua conta de transações correntes, um dos indicadores da vulnerabilidade externa
do país. O superávit registrado no
período foi de US$ 1,276 bilhão, o
que equivale a 0,28% do PIB (Produto Interno Bruto).
Tradicionalmente, a conta de
transações correntes é deficitária,
devido ao elevado volume de juros da dívida externa que o Brasil
precisa honrar. Desde o ano passado, porém, os bons resultados
da balança comercial ajudaram a
mudar esse quadro.
Em 2002 já haviam sido registrados superávit mensais, em
agosto e setembro. Os saldos se
repetiram em quatro meses deste
ano (janeiro, março e maio, além
de junho), segundo os dados do
Banco Central.
A conta de transações correntes
contabiliza todas as negociações
de bens e serviços com outros países. Inclui, além da balança comercial (diferença entre importações e exportações), a balança de
serviços (pagamento de juros, remessas de lucros, gastos com viagens internacionais, entre outras
operações) e as transferências
unilaterais (dinheiro enviado ao
Brasil por residentes no exterior e
vice-versa).
Fundo do poço
No governo FHC, o déficit em 12
meses chegou a superar 5% do
PIB, caiu para 4,37% do PIB em
janeiro de 2002 e, em junho do
ano passado, estava em US$
18,308 bilhões, o que representava
3,83% do PIB. De lá para cá, a disparada do dólar ajudou na recuperação da balança comercial e,
consequentemente, da conta de
transações correntes, que fechou
2002 com um déficit de 1,71% do
PIB.
Entre janeiro e junho deste ano,
as exportações brasileiras superaram as importações em US$
10,397 bilhões, contra US$ 2,587
bilhões registrados no primeiro
semestre de 2002.
A conta de transações correntes
é considerada um indicador da
vulnerabilidade externa porque
reflete parte da necessidade de financiamento externo do país.
Quando ela registra déficit, o país
precisa captar dinheiro no exterior -por meio de investimentos
ou de empréstimos- para fechar
suas contas.
Mais crédito
Neste ano, além da melhora no
resultado em transações correntes, as contas externas do Brasil
foram favorecidas pela maior facilidade que o setor privado tem
encontrado para rolar suas parcelas da dívida externa.
No ano passado, diante da desconfiança em torno dos rumos da
economia brasileira, as empresas
enfrentaram dificuldades em
conseguir crédito no exterior.
Sem novos financiamentos, essas
companhias foram obrigadas a
enviar dólares para fora do país,
para que as obrigações pudessem
ser quitadas. Isso pressionou a taxa de câmbio.
Em 2002, apenas 43% das parcelas da dívida externa foram renovadas. No primeiro semestre
deste ano, essa taxa de rolagem já
havia subido para 110%. Ou seja,
foi renegociada toda a dívida que
venceu e ainda foram obtidos novos empréstimos.
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