UOL


São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VEÍCULOS

Funcionários aceitam licença remunerada de cinco meses com o pagamento de 90% do salário no 1º mês e 80% nos restantes

Após acordo, GM cancela 450 demissões

Roosevelt Cassio/Folha Imagem
Assembléia de funcionários da General Motors de São José dos Campos ocorrida ontem que aprovou o acordo com a montadora


ELIANE MENDONÇA
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Após uma reunião de 15 horas, que terminou na madrugada de ontem, a GM (General Motors) recuou e concordou em rever as 450 demissões que havia feito na unidade de São José dos Campos (96 km de SP) na última terça.
A GM desistiu das demissões ao formalizar um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, controlado pelo PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), que havia rejeitado a proposta de licença remunerada para 600 trabalhadores da unidade, onde trabalham 8.500 pessoas.
Com a discordância do sindicato, a montadora iniciou o processo de demissão -antes, havia aberto um PDV (plano de demissões voluntárias).
Segundo o acordo firmado ontem, aprovado à tarde em assembléia dos metalúrgicos, a empresa vai implantar a partir de 4 de agosto o ""lay-off" (suspensão temporária do contrato de trabalho) para 600 trabalhadores, que não serão, necessariamente, os mesmos que receberam as cartas de demissão.
O "lay-off" terá duração de cinco meses, com o pagamento de 90% do salário no primeiro mês, além de R$ 83 de vale-transporte. Depois, o percentual cai a 80% nos meses seguintes, mas a ajuda de transporte será mantida.

Bolsa do FAT
Pelo que foi acertado com o sindicato, cada trabalhador receberá do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) uma bolsa de qualificação no valor do seguro-desemprego, que hoje é de R$ 449,04. A empresa pagará a diferença para completar os 90% do salário líquido de cada trabalhador, no primeiro mês, e para completar 80% dos vencimentos de cada um dos operários afastados, nos quatro meses seguintes.
Após o "lay-off", na hipótese de a empresa dispensar um trabalhador que teve o contrato de trabalho suspenso, a montadora pagará ao funcionário uma multa de três salários nominais, além dos direitos trabalhistas.
Durante o período de vigência do "lay-off", a empresa se comprometeu a manter o nível de emprego na fábrica.
Os trabalhadores demitidos voltarão ao trabalho na próxima segunda-feira. Além disso, a montadora se comprometeu a não descontar dos funcionários os três dias não trabalhados.

Vitória
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates, o Mancha, o resultado da negociação foi uma vitória, já que a proposta inicial da empresa era menos vantajosa aos funcionários, além de não haver garantia do retorno ao trabalho.
"Foi um acordo de emergência, que não resolve a situação. Apenas nos dá um fôlego maior para continuarmos lutando pela diminuição da jornada de trabalho como alternativa para combater os cortes", disse Mancha.
A reunião que negociou o cancelamento das demissões na GM começou anteontem, ao meio-dia, e terminou por volta das 3h. Durante a negociação, houve vários intervalos para que as partes pudessem estudar as propostas.

Empresa
A assessoria de imprensa da GM confirmou ontem o resultado da negociação com o sindicato e o cancelamento das demissões dos 450 trabalhadores da unidade.
No entanto a empresa informou que não faria comentários sobre o resultado nem falaria de detalhes da negociação.


Texto Anterior: Mídia: Tanure negocia com a "Gazeta Mercantil"
Próximo Texto: Volkswagen pede que sindicato seja "flexível"
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.