|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Volkswagen pede que
sindicato seja "flexível"
DA REPORTAGEM LOCAL
A Volkswagen informou que
vai cumprir os acordos que prevêem estabilidade no emprego
aos trabalhadores excedentes de
suas fábricas, mas quer apoio dos
sindicatos dos metalúrgicos do
ABC e de Taubaté, para investir
R$ 300 milhões e viabilizar a criação da Autovisão. Sem esse apoio,
os investimentos "correm o risco"
de não sair, segundo informou o
vice-presidente de Recursos Humanos da Volks, João Rached.
A nova empresa atuará realocando os 3.933 excedentes, concentrados no ABC e em Taubaté,
com incentivos para que montem
negócio próprio ou exerçam função em outras empresas do grupo. Na prática, a Volks não vai demitir, mas precisa que os sindicatos estimulem o projeto da Autovisão e façam com que os trabalhadores sejam transferidos por
vontade própria.
Os acordos feitos com a montadora prevêem estabilidade para
os metalúrgicos do ABC até novembro de 2006 e para os de Taubaté até fevereiro de 2004.
O vice-presidente de Recursos
Humanos da companhia, João
Rached, disse que quer apoio do
sindicato para "flexibilizar a movimentação de pessoal" nas fábricas. "Não dá para constituir uma
empresa e não poder contar com
os funcionários [da Volkswagen]
dentro dela."
Rached também afirmou que
"existe o risco de perder a oportunidade [de criar a nova empresa]". "Não podemos perder isso,
logo precisamos do apoio dos sindicatos", disse o executivo.
O apoio viria na explicação de
como a empresa vai atuar e também para a busca de parcerias
com organizações, prefeituras e
governos. "Os sindicatos têm de
entender profundamente o conceito do projeto Autovisão para
poder orientar os trabalhadores",
disse Rached.
Em reunião ontem entre representantes dos trabalhadores e da
empresa, não houve consenso para resolver o impasse, que começou com o anúncio no último domingo de criação da Autovisão no
Brasil. O projeto é inspirado na
Autovisão da Alemanha, que atua
em parceria com sindicatos, organizações e governos locais.
"Faremos os esforços que forem
necessários para que a empresa
mantenha os investimentos no
Brasil. Mas queremos que sejam
geradas vagas aos desempregados, desde que não tenhamos que
romper os acordos de estabilidade", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José
Lopez Feijóo. "Se a Volks quiser
nos forçar a romper esse acordo,
não haverá investimentos."
Feijóo disse ainda que, se a empresa quer viabilizar a nova empresa, primeiro deve fazer os investimentos, depois convidar os
trabalhadores. "Ninguém vai sair
para uma aventura."
A Autovisão deve ser formada a
partir de agosto e inicialmente deve atuar com 150 a 200 funcionários. A Volks espera encerrar até o
dia 15 de agosto as negociações
com os sindicalistas. Nova reunião está marcada para a próxima
quarta-feira, na unidade da Volks
em Taubaté.
(CLAUDIA ROLLI)
Texto Anterior: Veículos: Após acordo, GM cancela 450 demissões Próximo Texto: Furlan marca reunião para contornar crise Índice
|