São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 2006

Próximo Texto | Índice

Mercado aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Meta de superávit depende do mínimo

Os aumentos de gastos do setor público neste ano têm gerado dúvidas entre os economistas se o governo conseguirá ou não cumprir a meta de 4,25% do PIB para o superávit primário em 2007.
A equipe de economistas do Credit Suisse no Brasil fez as contas e chegou à conclusão de que o risco fiscal em 2007 está muito associado ao reajuste do salário mínimo a ser concedido no ano que vem.
Para ser atingida a meta de 4,25% do PIB de superávit, o CS diz que é fundamental o governo conceder um reajuste do salário mínimo na faixa de 7,3%, bem mais baixo, portanto, do que os 16,7% de aumento concedido neste ano.
Os economistas do banco acham, no entanto, bastante factível um reajuste do salário mínimo em 2007 na faixa dos 7,3%. A razão seria o ciclo eleitoral. Os maiores reajustes do mínimo ocorrem geralmente em anos de eleições presidenciais, como 1998 e 2006, ou em anos que antecederam as eleições, como 2001 e 2005.
Dessa forma, o CS acredita que a meta de superávit fiscal pode ser atingida em 2007. O cumprimento da meta seria inviável, no entanto, se o governo mantiver o mesmo ritmo dos reajustes do mínimo dos últimos anos, já que esta política obrigaria uma desaceleração muito forte das despesas de custeio ou um aumento expressivo da carga tributária.
Com base nessa hipótese de um aumento do mínimo de 7,3% e considerando um crescimento da receita entre 4% a 5%, os economistas do CS afirmam que a meta de superávit primário será atingida em 2007 mesmo se houver um aumento das despesas comparável a deste ano, de 8,7% -incluindo os investimentos públicos.

SEM EMBAÇO

Os carros da equipe de Stock-Car Terra Avallone, de Christian Fittipaldi, receberam da Autoglass, sua patrocinadora, uma nova tecnologia que evita o embaçamento dos vidros em dia de chuva. Com um apoio de R$ 1,5 milhão à equipe, a empresa -que tem acordos com as principais seguradoras do país para o reparo de vidros automotivos- está de olho no relacionamento com seus clientes. "Nós levamos 500 clientes do varejo para torcer e levamos as seguradoras para o camarote", diz o diretor Marco Aurélio Rettore. Com clientes como Itaú, Sul América e Brasil Veículos, a Autoglass cresceu 40% em 2005. O objetivo agora é estimular a demanda pela cobertura para vidros em pacotes de seguros.

BIOCOMBUSTÍVEL
Carlos Eduardo Moreira Ferreira (CNI) convidou Lula para abrir o Encontro Nacional de Biocombustível, em agosto. Lula respondeu que o convite era "covardia", pois "tem interesse em tudo que se refere à produção de biocombustível".

FRANQUIAS
Os consultores Adir Ribeiro e Filomena Garcia (grupo Cherto), Sérgio Barbi (O Boticário) e Juarez Leão (Portobello Shop) participam, na quinta-feira, do seminário Franchising: Tendências e Desafios, no auditório da FGV, em São Paulo.

IMPULSO
As vendas de laminados planos da Usiminas e da Cosipa cresceram 15%, em relação ao mesmo período de 2005. Com isso, a Usiminas ampliou a participação no mercado automotivo nacional, passando de 57% para 60,4% no período.

NOVO ROUND
A Perdigão vai entrar com uma representação na CVM contra o diretor de relação com os investidores da Sadia, Luís Fernando Murat. A Perdigão alega que Murat deu declarações prejudiciais à empresa durante o processo de oferta hostil da Sadia. Muitos clientes ligaram para perguntar se a Sadia já era dona da Perdigão.

ELEITO
A "Euromoney" elegeu o Goldman Sachs o melhor em assessoria em fusões e aquisições tanto no Brasil como na América Latina. Entre as operações do banco, estão a pulverização do capital da Embraer e as reestruturações dos ativos da Vivo.

OTIMISMO
A crise que atualmente paralisa as negociações da Rodada Doha é prejudicial a todos os países envolvidos e implica desgaste político e enfraquecimento da OMC. Dos cenários possíveis para o desfecho da rodada, um absoluto impasse é o pior e aquele que representa perda para praticamente todos os jogadores, de acordo com Gesner Oliveira, da Tendências. Apesar de remota, a possibilidade de um acordo que elimine a maior parcela dos subsídios, como o impasse, é um jogo com soma negativa aos membros da OMC. Gesner acha razoável supor que algum acerto, ainda que protelatório, venha a ser viabilizado nas próximas semanas.

REPUTAÇÃO
A manutenção da imagem e da ética são os focos do novo livro do jornalista Mário Rosa, "A Reputação na Velocidade do Pensamento" (Geração Editorial, 372 páginas), com prefácio de Paulo Coelho. Autor de"A Síndrome de Aquiles" e "A Era do Escândalo", Rosa fala como evitar arranhões na credibilidade. Para o autor, é preciso encontrar uma nova forma de pensar e de agir nas esferas pública e privada. "Nova tecnologia não é nova teoria. É nova prática", diz. O livro será lançado em 7 de agosto, no Jockey Club (SP).

BIENVENIDOS
Cresceu 9,35% o tráfego de passageiros da Espanha para o Brasil no primeiro semestre, com relação ao mesmo período em 2005, segundo a Aena (que administra os aeroportos espanhóis). Até junho, vieram 136.884 passageiros ao Brasil.

PÃO FRESCO
Começa hoje um dos principais eventos do calendário anual da panificação brasileira, a Fipan, que reunirá no Expocenter Norte, em São Paulo, 450 empresas expositoras do setor. Segundo Antero José Pereira, presidente do Sindipan, que organiza a feira junto à Aipan (Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria), a expectativa de geração de negócios gira em torno de R$ 450 milhões. São esperados 45 mil visitantes em três dias. Entre os destaques do evento, estão o lançamento de bolos líquidos e de máquinas enchedeiras e novidades em congelados. No Brasil, são consumidos 33 kg de pão per capita ao ano.


Próximo Texto: Sem acordo, Rodada Doha é suspensa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.