São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 2006

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COMÉRCIO EXTERIOR

Medidas cambiais saem até quinta-feira, diz Mantega

FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o "mais provável" é que a medida provisória sobre cobertura cambial, regra que obriga as empresas a trocar por reais os dólares que recebem no exterior, seja anunciado amanhã. "De quinta-feira não passa."
Segundo o ministro, a ordem dada por ele é que o projeto estivesse pronto para sua análise hoje. "Se ele tiver redondo, vai ser anunciado amanhã [hoje] ou depois de amanhã [quarta-feira]. Mas eu preciso ver o que foi equacionado", afirmou. "O mais provável é que seja depois de amanhã [quarta-feira], que é preciso preparar a MP."
O ministro não informou quais seriam os pontos ainda pendentes do projeto. Voltou a dizer que será cobrada CPMF sobre o montante que os exportadores poderão manter no exterior. "A questão da CPMF está equacionada. Vai ter CPMF. Isso estava definido desde o início. A Fazenda não pode abrir a mão [da arrecadação]..."
Conforme a Folha publicou ontem, o texto da MP não fixará um percentual das receitas em dólar que as empresas podem deixar no exterior para compensar dívidas e pagamentos. A definição desses percentuais ficará a cargo do CMN (Conselho Monetário Nacional), que se reúne a cada mês. A idéia é que a parcela de recursos que ficará no exterior seja elevada gradualmente e possa chegar a 100%.

Mercosul e FMI
Mantega volta a Brasília depois de participar da Cúpula do Mercosul, em Córdoba, na semana passada, e de passar por Buenos Aires ontem para uma reunião bilateral com a ministra da Economia argentina, Felisa Miceli.
Segundo o ministro, no encontro com Miceli foi acertado "dar prioridade" ao projeto que elimina o uso do dólar como moeda intermediária no comércio bilateral. Mantega afirmou que os banco centrais dos dois países se reunirão em setembro para estudar fórmula para permitir que os exportadores usem peso ou real nas transações.
Miceli e Mantega também coordenaram propostas que levarão à reunião do FMI em setembro, em Cingapura. Os países pedirão que o Fundo disponibilize "linhas contingentes de crédito", que poderiam ser sacadas quando os países estivessem em dificuldades. "A idéia é que funcione como se fosse um cheque especial, mas sem as taxas de cheque especial", afirmou Mantega.
Segundo ele, Brasil e Argentina apoiarão a entrada de países como a China como cotistas do Fundo.


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