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COMÉRCIO EXTERIOR
Medidas cambiais saem até
quinta-feira, diz Mantega
FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES
O ministro da Fazenda,
Guido Mantega, afirmou ontem que o "mais provável" é
que a medida provisória sobre cobertura cambial, regra
que obriga as empresas a trocar por reais os dólares que
recebem no exterior, seja
anunciado amanhã. "De
quinta-feira não passa."
Segundo o ministro, a ordem dada por ele é que o projeto estivesse pronto para
sua análise hoje. "Se ele tiver
redondo, vai ser anunciado
amanhã [hoje] ou depois de
amanhã [quarta-feira]. Mas
eu preciso ver o que foi equacionado", afirmou. "O mais
provável é que seja depois de
amanhã [quarta-feira], que é
preciso preparar a MP."
O ministro não informou
quais seriam os pontos ainda
pendentes do projeto. Voltou a dizer que será cobrada
CPMF sobre o montante que
os exportadores poderão
manter no exterior. "A questão da CPMF está equacionada. Vai ter CPMF. Isso estava definido desde o início.
A Fazenda não pode abrir a
mão [da arrecadação]..."
Conforme a Folha publicou ontem, o texto da MP
não fixará um percentual das
receitas em dólar que as empresas podem deixar no exterior para compensar dívidas e pagamentos. A definição desses percentuais ficará
a cargo do CMN (Conselho
Monetário Nacional), que se
reúne a cada mês. A idéia é
que a parcela de recursos
que ficará no exterior seja
elevada gradualmente e possa chegar a 100%.
Mercosul e FMI
Mantega volta a Brasília
depois de participar da Cúpula do Mercosul, em Córdoba, na semana passada, e de
passar por Buenos Aires ontem para uma reunião bilateral com a ministra da Economia argentina, Felisa Miceli.
Segundo o ministro, no encontro com Miceli foi acertado "dar prioridade" ao projeto que elimina o uso do dólar
como moeda intermediária
no comércio bilateral. Mantega afirmou que os banco
centrais dos dois países se
reunirão em setembro para
estudar fórmula para permitir que os exportadores usem
peso ou real nas transações.
Miceli e Mantega também
coordenaram propostas que
levarão à reunião do FMI em
setembro, em Cingapura. Os
países pedirão que o Fundo
disponibilize "linhas contingentes de crédito", que poderiam ser sacadas quando os
países estivessem em dificuldades. "A idéia é que funcione como se fosse um cheque
especial, mas sem as taxas de
cheque especial", afirmou
Mantega.
Segundo ele, Brasil e Argentina apoiarão a entrada
de países como a China como
cotistas do Fundo.
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