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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Juro pode cair com menos gastos, diz Fiesp
Se o governo decidir cortar
seus gastos e elevar o superávit
primário para 5,6% do PIB, a
taxa básica da economia (a Selic) poderia sofrer uma queda
de 3,45 pontos percentuais em
termos reais (descontada a inflação). Na média, cada ponto
percentual de controle adicional de gastos gera dois pontos
de queda da Selic real.
A conclusão consta de trabalho elaborado pelo Departamento de Pesquisa e Estudos
Econômicos da Fiesp para
mostrar os efeitos de um maior
esforço fiscal do governo sobre
a política monetária. A meta de
superávit primário de 3,8% do
PIB gera uma queda de apenas
0,15 ponto percentual da taxa
real de juros.
O estudo da Fiesp mostra
que, se o governo gastasse menos, talvez não tivesse sido necessário o Banco Central ter
aumentado a Selic para 13%. De
acordo com o trabalho, nos últimos cinco anos, o crescimento da despesa não só foi maior
do que a receita como também
foi duas vezes superior à expansão do PIB.
Para a Fiesp, essa condução
da política fiscal frouxa faz com
que o controle de preços fique
exclusivamente à mercê da alta
dos juros. E é isso que explica o
fato de o Brasil ter as mais altas
taxas de juros do mundo. Outros países que também sofrem
com o problema da inflação estão com taxas de juros reais negativas, como nos casos de Japão, Chile e Estados Unidos.
O estudo da Fiesp mostra, a
partir de exercícios matemáticos, que um esforço fiscal adicional resultaria na queda da
taxa real de juros. A análise é
feita a partir dos dados mensais
do comportamento de diversos
variáveis econômicos -taxa
Selic real, resultado primário
do setor público, taxa de câmbio, produção industrial e a meta de inflação- dos últimos nove anos (de junho de 1999 a
maio de 2008).
Com base nisso, a Fiesp chegou à conclusão de que, se o governo estabelecesse uma meta
de 5,6% do PIB para o superávit
primário, a taxa Selic real seria
de 5,3% em dezembro de 2009;
para um superávit primário de
4,9%, a Selic seria de 6,5%; para
4,3% de superávit primário, a
Selic seria de 7,6%; e, para um
superávit primário de 3,8%, a
Selic seria de 8,6%.
O trabalho da Fiesp mostra
ainda que é perfeitamente possível o governo realizar um corte de gastos que eleve o superávit primário para 5,6% do PIB.
Basta manter o mesmo percentual de gasto público médio dos
últimos cinco anos.
O empresário Paulo Francini, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, afirma que é a favor do controle da
inflação, mas diz que o governo
adota uma política um tanto
quanto esquizofrênica. De um
lado, tenta conter o crescimento da atividade com a alta dos
juros, e, de outro, adota uma
política exatamente contrária
com o aumento dos gastos públicos.
"Ao mesmo tempo em que
pisa no acelerador dos gastos, o
governo também pisa no freio
para tentar conter o crescimento da economia. O que queremos evitar é que o BC pise no
freio com tanta força", diz.
A grande preocupação de
Francini, além de todas as razões já conhecidas, é com a valorização do câmbio, que pode
ser fatal para a indústria.
"Ao mesmo
tempo em que pisa no
acelerador dos gastos, o
governo também pisa
no freio para tentar
conter o crescimento da
economia. Queremos
evitar que o BC pise no
freio com tanta força"
PAULO FRANCINI
diretor da Fiesp
NO BULE
Em agosto, o governo de
MG deve concluir o programa de certificação de propriedades produtoras de café, grão responsável pela
maior receita nas exportações do agronegócio mineiro
neste ano. O produto alcançou cerca de US$ 1,1 bilhão
no primeiro quadrimestre
-13,8% mais que o valor do
mesmo período do ano passado (US$ 850 milhões).
PARA TODOS
A Natura coloca no ar, no
domingo, o primeiro comercial feito para a TV do país
com linguagem descritiva
para deficientes visuais. A
peça foi criada pela PeraltaStrawberryFrog. Ao apertar a tecla SAP, um locutor
irá relatar a dinâmica e o
conteúdo do comercial.
SEDE
Em 20 dias desde o lançamento, o i9 Hidrotônico, da
Coca-Cola, ultrapassou em
duas vezes e meia as expectativas de vendas. A bebida
de sais minerais criada no
Brasil pode ser exportada.
NA TRILHA
O economista Andre Urani lança, no dia 30, na Livraria Cultura, em São Paulo, o
livro "Trilhas para o Rio: do
Reconhecimento da Queda
à Reinvenção do Futuro"
(Campus-Elsevier, 248
págs., R$ 59). O autor, que
foi secretário do Trabalho da
capital fluminense, baseia-se na cidade para discutir os
problemas das grandes metrópoles, as suas mazelas socioeconômicas e apresentar
propostas para o país.
VÔO DO MORCEGO
A expectativa da Estrela é fechar o ano com faturamento
entre R$ 130 milhões e R$ 140 milhões, avanço de até 40%
ante 2007. A empresa investiu R$ 15 milhões, em 2008, em
novos produtos e estratégias de marketing. "O nosso foco,
neste ano, foi ter uma gama de produtos que atendesse a todos os segmentos de faixa etária e de renda", diz Carlos Tilkian, presidente da Estrela. Entre as apostas, está o licenciamento do personagem Batman e a reformulação da linha de
jogos. O Banco Imobiliário Brasil ganhou uma versão com
pontos turísticos do país, escolhidos por internautas no site
da empresa, e outra batizada de Banco Imobiliário Sustentável, com peças plásticas feitas a partir do etanol.
HERMANOS
A fabricante nacional de
computadores Syntax fechou contrato de exportação
para a Argentina e negocia
remessas para Venezuela,
Chile, Colômbia e México. O
objetivo é que, até 2010, cerca de 20% da receita venha
de exportações. Neste ano, a
estimativa da empresa é faturar R$ 120 milhões.
EXPANSÃO
A Norcon, incorporadora
com sede em Aracaju, abre
unidade em Recife. A empresa opera em Maceió, Salvador e Feira de Santana. Segundo a empresa, o objetivo
da expansão é concorrer
com grandes construtoras
que chegaram ao Nordeste.
Até 2009, haverá filiais em
Fortaleza, São Luís e Belém.
TUBARÃO
A Álamo Engenharia, especializada em projetos de
infra-estrutura e manutenção, fechou dois contratos
com a Vale, estimados em
R$ 10 milhões, para fazer
manutenção predial no
Complexo Industrial de Tubarão (ES) e nas estações e
pátios ao longo da estrada de
ferro Vitória-Minas.
SANGUE NOVO
Rodrigo Affonso de Ouro
Preto Santos passa a coordenar a área de propriedade intelectual do Siqueira Castro
Advogados nas sedes de São
Paulo e Rio de Janeiro.
"Muitas empresas passaram
a atuar também no exterior,
e a propriedade intelectual
ganha importância", afirma
o especialista.
BALANÇA COMERCIAL
SALDO DO SETOR GRÁFICO CAI 219% NO PRIMEIRO SEMESTRE
O saldo da balança comercial da indústria gráfica caiu 219% no
primeiro semestre sobre igual período de 2007, aponta a Associação Brasileira da Indústria Gráfica. O saldo ficou negativo em US$
27,14 milhões. O crescimento das exportações foi de 1,6%, e o total,
de US$ 151,30 milhões. As importações avançaram 41,4% e somaram US$ 178,45 milhões. Os segmentos que mais importaram foram o editorial (livros e revistas), com US$ 62,67 milhões, e o de
cartões impressos (US$ 50,51 milhões). Nas exportações, o campeão de remessa é a indústria de embalagens (US$ 49,20 milhões).
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI
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