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TRABALHO
Campanha de sindicatos ligados à Força pedirá aumento real e hora extra mais cara, para que vagas sejam criadas
Trabalhador quer negociar reajuste de 15%
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais de 2 milhões de trabalhadores paulistas, reunidos em sindicatos ligados à Força Sindical,
vão reivindicar, em suas negociações salariais, 15% de reajuste, redução da jornada de trabalho de
44 para 40 horas semanais e aumento no valor das horas extras.
A pauta faz parte da campanha
salarial unificada, que reúne 17 categorias profissionais com data-base neste semestre. As principais
reivindicações são reajuste de
15% -8% de aumento real e
6,42% de reposição da inflação
nos últimos 12 meses- e participação nos lucros e resultados.
"Além de aumento real, queremos mais emprego. Para que sejam criados mais postos de trabalho, uma das principais bandeiras
da campanha deste ano é aumentar o valor da hora extra. Com isso, vai sair mais barato para as
empresas contratar do que pagar
jornadas extras", diz João Carlos
Gonçalves, o Juruna, presidente
interino da Força Sindical.
De acordo com o sindicalista,
hoje o valor da hora extra varia de
80% a 100% a mais sobre a hora
trabalhada, dependendo do setor
e da categoria profissional.
Em março deste ano, o ministro
do Trabalho, Ricardo Berzoini,
informou que o governo queria limitar o uso de horas extras, como
medida emergencial de combate
ao desemprego. Na ocasião, o ministro afirmou que, "para o empresário, é mais cômodo pagar
hora extra do que contratar". Mas
nenhum projeto foi apresentado
pelo governo nesse sentido, segundo informam sindicalistas
consultados pela Folha.
Estudo do secretário do Trabalho da Prefeitura de São Paulo,
Marcio Pochmann, feito a pedido
da Folha e divulgado no início de
março, mostrou que cerca de 31
milhões de pessoas trabalhavam
mais do que 44 horas semanais no
país -ou acima da jornada permitida pela legislação brasileira, e,
portanto, faziam hora extra.
O percentual de quem trabalha
acima de 44 horas semanais saltou de 27,4% para 39,8% da população ocupada entre 1988 e 2002.
Bancários
Funcionários de bancos de todo
o país fazem hoje o "Dia Nacional
de Luta" da categoria e prometem
paralisar agências, além de fazer
protestos e manifestações.
Os bancários recusaram a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que ofereceu
reajuste de 6%, e querem retomar
as negociações com os representantes do setor financeiro.
Estão na pauta da categoria: reajuste de 25%, participação nos lucros e resultados e ampliação do
horário de atendimento das 9h às
17h, com dois turnos de trabalho,
o que criaria 161 mil empregos.
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