São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2004

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TRABALHO

Campanha de sindicatos ligados à Força pedirá aumento real e hora extra mais cara, para que vagas sejam criadas

Trabalhador quer negociar reajuste de 15%

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de 2 milhões de trabalhadores paulistas, reunidos em sindicatos ligados à Força Sindical, vão reivindicar, em suas negociações salariais, 15% de reajuste, redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e aumento no valor das horas extras.
A pauta faz parte da campanha salarial unificada, que reúne 17 categorias profissionais com data-base neste semestre. As principais reivindicações são reajuste de 15% -8% de aumento real e 6,42% de reposição da inflação nos últimos 12 meses- e participação nos lucros e resultados.
"Além de aumento real, queremos mais emprego. Para que sejam criados mais postos de trabalho, uma das principais bandeiras da campanha deste ano é aumentar o valor da hora extra. Com isso, vai sair mais barato para as empresas contratar do que pagar jornadas extras", diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, presidente interino da Força Sindical.
De acordo com o sindicalista, hoje o valor da hora extra varia de 80% a 100% a mais sobre a hora trabalhada, dependendo do setor e da categoria profissional.
Em março deste ano, o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, informou que o governo queria limitar o uso de horas extras, como medida emergencial de combate ao desemprego. Na ocasião, o ministro afirmou que, "para o empresário, é mais cômodo pagar hora extra do que contratar". Mas nenhum projeto foi apresentado pelo governo nesse sentido, segundo informam sindicalistas consultados pela Folha.
Estudo do secretário do Trabalho da Prefeitura de São Paulo, Marcio Pochmann, feito a pedido da Folha e divulgado no início de março, mostrou que cerca de 31 milhões de pessoas trabalhavam mais do que 44 horas semanais no país -ou acima da jornada permitida pela legislação brasileira, e, portanto, faziam hora extra.
O percentual de quem trabalha acima de 44 horas semanais saltou de 27,4% para 39,8% da população ocupada entre 1988 e 2002.

Bancários
Funcionários de bancos de todo o país fazem hoje o "Dia Nacional de Luta" da categoria e prometem paralisar agências, além de fazer protestos e manifestações.
Os bancários recusaram a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que ofereceu reajuste de 6%, e querem retomar as negociações com os representantes do setor financeiro.
Estão na pauta da categoria: reajuste de 25%, participação nos lucros e resultados e ampliação do horário de atendimento das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho, o que criaria 161 mil empregos.


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