|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMBIENTE
Instituição fará aporte inicial de US$ 349 mil em projeto que visa preservação e desenvolvimento sustentável
Bird investe em pesquisa na caatinga
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
A caatinga nordestina e sua biodiversidade estão no foco do Projeto Bioma Caatinga, que contará
com investimento inicial de US$
349 mil do Bird (Banco Mundial).
O projeto será desenvolvido nos
Estados da Bahia e do Ceará, com
ênfase na preservação e no uso
sustentável da caatinga. Outro objetivo é a criação de mecanismos
para a fixação do homem à terra, a
partir de alternativas de capacitação, trabalho e renda.
Os recursos para a primeira etapa (US$ 349 mil) serão geridos pela Fundação Luís Eduardo Magalhães e destinados ao desenvolvimento de instrumentos, metodologias e estratégias do projeto. Na
Bahia, a condução técnica ficará a
cargo da CAR (Companhia de
Ação e Desenvolvimento Regional), ligada à Secretaria do Planejamento, e no Ceará será realizada
pelas secretarias estaduais de Planejamento e da Ouvidoria e Meio
Ambiente.
O bioma caatinga é o principal
ecossistema da região Nordeste,
estendendo-se pelo domínio de
climas semi-áridos, numa área de
73.683.649 ha, 6,83% do território
nacional. Ocupa principalmente
Bahia e Ceará, mas também os
outros Estados da região e Minas
Gerais. O termo caatinga é originário do tupi-guarani e significa
mata branca. A caatinga tem sido
ocupada desde os tempos do Brasil-Colônia, com o regime de sesmarias e sistema de capitanias hereditárias, por meio de doações de
terras, criando-se condições para
a concentração fundiária.
O acordo tripartite que dá início
ao projeto já foi assinado pela fundação baiana e os governos baiano e cearense.
Na avaliação do superintendente-geral da fundação, Geraldo
Machado, o estabelecimento de
ações prioritárias para a caatinga
pode ser considerado uma das
ações ambientais mais urgentes
no Brasil, já que a região encontra-se em processo de desertificação, com aproximadamente 80%
dos seus ecossistemas originais
alterados pela presença humana.
"Primeiro, porque a caatinga é o
único bioma exclusivamente brasileiro. Segundo, porque abriga
uma fauna e flora únicas, com
muitas espécies endêmicas, ou seja, que não são encontradas em
nenhum outro lugar do planeta.
Por fim, porque a caatinga é um
dos biomas mais ameaçados do
Brasil", afirmou. A segunda fase
do Bioma Caatinga prevê a implantação de projeto-piloto nos
dois Estados.
O projeto prevê a preservação
do bioma caatinga por meio da
formação de corredores ou outras
formas de assegurar os recursos
naturais do ecossistema. Entre
suas metas, estão ainda a redução
da emissão de carbono na atmosfera, via aumento do estoque de
carbono na vegetação da caatinga, e a redução dos riscos de desertificação, via melhoramento
das práticas de manejo dos solos e
tecnologias voltadas a irrigação.
Fixação à terra
A região do bioma caatinga vivencia a migração contínua da
sua população em busca de melhores condições de vida dos
grandes centros urbanos brasileiros. O projeto, observa Geraldo
Machado, tem o intuito de apresentar caminhos para a melhoria
da situação socioeconômica e a
qualidade de vida da população
local, por meio da criação de mecanismos para a capacitação e a
geração de trabalho e renda associada ao uso sustentável dos recursos naturais, fomentando o
uso de novas tecnologias.
Texto Anterior: Barril de pólvora: Petróleo sobe a US$ 67,40 em Nova York Próximo Texto: O vaivém das commodities Índice
|