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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Avanço da baixa renda estimula microsseguros
A melhora das condições sociais das classes de baixa renda
abre espaço para o mercado de
microsseguros, que se diferencia pelo preço baixo e pela proteção das classes C e D, mas que
ainda não existe no país. Essa é
a tese de Antonio Cássio dos
Santos, presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), apoiada pelo governo federal.
De acordo com a federação,
os microsseguros podem ter
preços mensais de US$ 0,50 até
cerca de US$ 7.
A estimativa é que o segmento possa atingir 100 milhões de
clientes no país.
De acordo com projeção da
Fenaprevi, os seguros para famílias de baixa renda podem
movimentar R$ 4 bilhões
anualmente.
"Há hoje no Brasil 100 milhões de pessoas em condições
de adquirir seguros de baixo
ticket. E esse contingente possui renda combinada de
US$ 180 bilhões. Nós temos um
mercado potencial corrente,
neste segmento, maior do que o
da China e da Índia", afirma o
presidente da federação do setor.
Antonio Cássio dos Santos
afirma que o mercado potencial da China para o microsseguro é de 1 bilhão de pessoas,
com US$ 120 bilhões de renda
combinada por ano.
Já na Índia, o público potencial é de cerca de 760 milhões e
a renda anual, de US$ 80 bilhões.
De acordo com Armando
Vergílio dos Santos Júnior, superintendente da Susep (órgão
do governo regulador de seguro
e previdência), o governo apóia
a criação do novo mercado.
"Microsseguro não é só um seguro barato. É uma ferramenta
de inclusão social e de proteção
às classes C e D", diz ele.
Armando Vergílio apresenta
na quarta-feira, em evento organizado pela Fenaprevi, a definição do conceito e do público-alvo do microsseguro, o que
vai permitir o desenvolvimento
de ações mais concretas de estímulo ao setor.
O representante da Susep
também participa da Comissão
Especial sobre Microsseguro
do Conselho Nacional de Seguros Privados -que reúne setor
público e privado-, cujo prazo
para apresentar propostas de
regulamentação para o setor é
31 de dezembro.
Antonio Cássio dos Santos,
que também é presidente do
grupo Mapfre Seguros, afirma
que a regulamentação do microsseguro é um dos principais
desafios para atrair empresas
para o mercado voltado à baixa
renda.
"Em um seguro popular, se
colocarem todos os filtros de
formalização do seguro tradicional, o mercado fica inviável.
A proteção se torna muito cara
ao consumidor", afirma o presidente da Fenaprevi.
O microsseguro oferece, por
exemplo, proteção à residência
urbana ou à pequena propriedade rural, seguro de vida com
assistência à família por um ou
dois anos na ausência da pessoa
que sustentava a casa ou uma
cobertura moderada em caso
de acidentes pessoais.
Emirados Árabes pretendem atrair investidores brasileiros
Descontentes com o ritmo
dos negócios de sua construtora, a Rak Building, que atua no
Rio Grande do Norte e em Brasília, os brasileiros Jorian Morais e Jonathan Macêdo arrumaram as malas e mudaram-se
para o principado de Ras Al
Khaimah, que faz parte dos
Emirados Árabes Unidos.
Caíram nas graças do xeique,
que fechou sociedade no primeiro empreendimento imobiliário do grupo no país, o Brazilian Town, construído com as
formas do Pão de Açúcar. Segundo o embaixador de Ras Al
Khaimah, Mohammed Hassan,
foi só o primeiro passo. "Eles
são representantes de nosso
país para fazerem negócios
com o Brasil. Queremos mais
empresários e daremos isenções fiscais aos interessados."
Jonathan Macêdo diz que,
semana passada, reuniu-se
com a Petrobras. A estatal analisa proposta de parceria com o
governo de lá. "Os árabes não
têm tecnologia de extrair petróleo sem deixar escapar o gás
para a atmosfera. A Petrobras
poderia entrar nesse negócio,
que renderia muito dinheiro."
SEMINÁRIO
A Anbid e o GVCef (Centro de Estudos em Finanças
da FGV-Eaesp) promovem
juntas, amanhã, o seminário
Fundos de Investimento
Anbid e FGV, na FGV-Eaesp, em São Paulo. Entre
os participantes, o ex-BC
Luiz Fernando Figueiredo,
da Mauá Investimentos, que
falará sobre gestão de fundos, e o professor William
Eid Junior, da FGV-Eaesp,
que fará uma apresentação
sobre análise de risco e mensuração de performance, e
outros.
NA PONTA DO LÁPIS
O consórcio responsável
pela hidrelétrica Foz do
Chapecó, entre SC e RS, deve pagar R$ 12 milhões para
13 municípios, para a União
e para os dois Estados como
compensação financeira por
uso de recursos hídricos. As
empresas que constroem a
usina de Estreito, entre MA
e TO, estimam pagar R$ 21
milhões para 11 municípios,
para ambos os Estados e para o governo federal. Os números serão apresentados
hoje em debate realizado pelo Instituto Acende Brasil.
com JULIO WIZIACK, JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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