São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Avanço da baixa renda estimula microsseguros

A melhora das condições sociais das classes de baixa renda abre espaço para o mercado de microsseguros, que se diferencia pelo preço baixo e pela proteção das classes C e D, mas que ainda não existe no país. Essa é a tese de Antonio Cássio dos Santos, presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), apoiada pelo governo federal.
De acordo com a federação, os microsseguros podem ter preços mensais de US$ 0,50 até cerca de US$ 7.
A estimativa é que o segmento possa atingir 100 milhões de clientes no país.
De acordo com projeção da Fenaprevi, os seguros para famílias de baixa renda podem movimentar R$ 4 bilhões anualmente.
"Há hoje no Brasil 100 milhões de pessoas em condições de adquirir seguros de baixo ticket. E esse contingente possui renda combinada de US$ 180 bilhões. Nós temos um mercado potencial corrente, neste segmento, maior do que o da China e da Índia", afirma o presidente da federação do setor.
Antonio Cássio dos Santos afirma que o mercado potencial da China para o microsseguro é de 1 bilhão de pessoas, com US$ 120 bilhões de renda combinada por ano.
Já na Índia, o público potencial é de cerca de 760 milhões e a renda anual, de US$ 80 bilhões.
De acordo com Armando Vergílio dos Santos Júnior, superintendente da Susep (órgão do governo regulador de seguro e previdência), o governo apóia a criação do novo mercado. "Microsseguro não é só um seguro barato. É uma ferramenta de inclusão social e de proteção às classes C e D", diz ele.
Armando Vergílio apresenta na quarta-feira, em evento organizado pela Fenaprevi, a definição do conceito e do público-alvo do microsseguro, o que vai permitir o desenvolvimento de ações mais concretas de estímulo ao setor.
O representante da Susep também participa da Comissão Especial sobre Microsseguro do Conselho Nacional de Seguros Privados -que reúne setor público e privado-, cujo prazo para apresentar propostas de regulamentação para o setor é 31 de dezembro.
Antonio Cássio dos Santos, que também é presidente do grupo Mapfre Seguros, afirma que a regulamentação do microsseguro é um dos principais desafios para atrair empresas para o mercado voltado à baixa renda.
"Em um seguro popular, se colocarem todos os filtros de formalização do seguro tradicional, o mercado fica inviável. A proteção se torna muito cara ao consumidor", afirma o presidente da Fenaprevi.
O microsseguro oferece, por exemplo, proteção à residência urbana ou à pequena propriedade rural, seguro de vida com assistência à família por um ou dois anos na ausência da pessoa que sustentava a casa ou uma cobertura moderada em caso de acidentes pessoais.

Emirados Árabes pretendem atrair investidores brasileiros

Descontentes com o ritmo dos negócios de sua construtora, a Rak Building, que atua no Rio Grande do Norte e em Brasília, os brasileiros Jorian Morais e Jonathan Macêdo arrumaram as malas e mudaram-se para o principado de Ras Al Khaimah, que faz parte dos Emirados Árabes Unidos.
Caíram nas graças do xeique, que fechou sociedade no primeiro empreendimento imobiliário do grupo no país, o Brazilian Town, construído com as formas do Pão de Açúcar. Segundo o embaixador de Ras Al Khaimah, Mohammed Hassan, foi só o primeiro passo. "Eles são representantes de nosso país para fazerem negócios com o Brasil. Queremos mais empresários e daremos isenções fiscais aos interessados."
Jonathan Macêdo diz que, semana passada, reuniu-se com a Petrobras. A estatal analisa proposta de parceria com o governo de lá. "Os árabes não têm tecnologia de extrair petróleo sem deixar escapar o gás para a atmosfera. A Petrobras poderia entrar nesse negócio, que renderia muito dinheiro."

SEMINÁRIO

A Anbid e o GVCef (Centro de Estudos em Finanças da FGV-Eaesp) promovem juntas, amanhã, o seminário Fundos de Investimento Anbid e FGV, na FGV-Eaesp, em São Paulo. Entre os participantes, o ex-BC Luiz Fernando Figueiredo, da Mauá Investimentos, que falará sobre gestão de fundos, e o professor William Eid Junior, da FGV-Eaesp, que fará uma apresentação sobre análise de risco e mensuração de performance, e outros.

NA PONTA DO LÁPIS

O consórcio responsável pela hidrelétrica Foz do Chapecó, entre SC e RS, deve pagar R$ 12 milhões para 13 municípios, para a União e para os dois Estados como compensação financeira por uso de recursos hídricos. As empresas que constroem a usina de Estreito, entre MA e TO, estimam pagar R$ 21 milhões para 11 municípios, para ambos os Estados e para o governo federal. Os números serão apresentados hoje em debate realizado pelo Instituto Acende Brasil.

com JULIO WIZIACK, JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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