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Estado inchado cresce menos, diz pesquisador
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
A "síndrome do Estado
inchado" explica o fato de
o Brasil não avançar tanto
quanto poderia, segundo
Ricardo Hausmann, diretor do Centro para Desenvolvimento Internacional
da Escola Kennedy de Governo, da Universidade
Harvard. "O Brasil está
numa posição única na
América Latina, mas se
mostra incapaz de acelerar o crescimento", diz.
Segundo ele, isso se deve
a um problema relativamente "antigo", resolvido
em outros países da região: um governo que gasta demais e, por isso, investe de menos, endivida-se para cobrir as despesas
e precisa, por conseguinte,
elevar as taxas de juros.
Hausmann não nega os
progressos obtidos nos últimos anos. "As coisas estão indo na direção certa",
diz. "O desafio é aproveitar
o momento para criar uma
base fiscal e acelerar o
crescimento sustentável."
Sugerir que diminuir os
gastos do Estado significa
cortar programas sociais é
distorcer o debate, na opinião do pesquisador. "O
Bolsa Família não é onde
as despesas do governo estão -representa apenas
1% do PIB [Produto Interno Bruto], enquanto a Previdência Social consome
14%", diz Hausmann. "As
pessoas estão saindo da
pobreza não pela transferência de renda, mas pelos
empregos, o que se consegue com crescimento e investimento. O desenvolvimento leva ao bem-estar."
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