São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Estado inchado cresce menos, diz pesquisador

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A "síndrome do Estado inchado" explica o fato de o Brasil não avançar tanto quanto poderia, segundo Ricardo Hausmann, diretor do Centro para Desenvolvimento Internacional da Escola Kennedy de Governo, da Universidade Harvard. "O Brasil está numa posição única na América Latina, mas se mostra incapaz de acelerar o crescimento", diz.
Segundo ele, isso se deve a um problema relativamente "antigo", resolvido em outros países da região: um governo que gasta demais e, por isso, investe de menos, endivida-se para cobrir as despesas e precisa, por conseguinte, elevar as taxas de juros.
Hausmann não nega os progressos obtidos nos últimos anos. "As coisas estão indo na direção certa", diz. "O desafio é aproveitar o momento para criar uma base fiscal e acelerar o crescimento sustentável."
Sugerir que diminuir os gastos do Estado significa cortar programas sociais é distorcer o debate, na opinião do pesquisador. "O Bolsa Família não é onde as despesas do governo estão -representa apenas 1% do PIB [Produto Interno Bruto], enquanto a Previdência Social consome 14%", diz Hausmann. "As pessoas estão saindo da pobreza não pela transferência de renda, mas pelos empregos, o que se consegue com crescimento e investimento. O desenvolvimento leva ao bem-estar."


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