São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Para secretários, situação fiscal estadual está melhor e não será comprometida

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Juntos, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro poderão tomar emprestados R$ 10,2 bilhões graças ao que os secretários estaduais de Fazenda consideram uma nova conduta do Tesouro Nacional.
"A posição do governo federal mudou, mas a situação fiscal dos Estados também melhorou", afirma Mauro Ricardo Costa, secretário da Fazenda de São Paulo. "Agora, existe espaço para buscar novas operações de crédito."
A opinião parece se repetir entre os tomadores de empréstimos. "Há uma boa vontade do Tesouro Nacional", diz Aod Cunha, secretário do Rio Grande do Sul. Ele também atribui os novos limites de endividamento aos bons resultados fiscais e à disponibilidade de recursos nos organismos internacionais de cooperação.
Quando refinanciou sua dívida, em 1998, Minas Gerais tinha negociado o limite de R$ 1 bilhão em operações de crédito. No ano passado, levou ao governo federal a proposta de mais R$ 3 bilhões. Conseguiu R$ 2 bilhões.
"Acho bom que o Tesouro negocie um limite mais baixo", afirma Leonardo Colombini, secretário-adjunto da Fazenda de Minas Gerais. "Não pode escancarar."

Critérios
A LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) veda novos empréstimos a governadores que tenham dívida 200% superior a sua arrecadação.
Além desse critério, o Tesouro Nacional também tem de levar em conta o impacto que novas dívidas terão sobre essa relação no futuro, o cumprimento de metas para o resultado primário e despesas com o funcionalismo, entre outras. É com base nesse conjunto de indicadores que os técnicos recomendam ou não a aprovação das operações de crédito.
Na análise dos secretários estaduais, essa nova leva de dívidas não causará problemas fiscais no futuro. Além do crescimento nas receitas, eles apontam para a melhora nos indicadores fiscais.
A dívida de São Paulo, por exemplo, é equivalente a 1,63% de sua receita. Em Minas Gerais, onde o percentual era de 300% em 1998, a dívida representa atualmente 1,6% da arrecadação.
"O descontrole nas finanças estaduais hoje é muito difícil", diz Colombini. "Se um Estado se desenquadra da Lei de Responsabilidade Fiscal, fica proibido de tudo." (LP)


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