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Calote privado no mundo chega a valor recorde de US$ 453 bi
DE NOVA YORK
O total de calotes de grandes
empresas no mundo atingiu
um recorde histórico de US$
453,1 bilhões nos primeiros sete meses deste ano. O valor
equivale a mais que o dobro das
reservas em dólares do Brasil.
De janeiro a julho, 201 companhias deixaram de honrar as
suas dívidas, ultrapassando o
pior período já registrado, entre os mesmos meses de 2001.
Os dados, da agência de classificação de riscos Standard &
Poor's, mostram que, embora a
economia mundial venha se recuperando, há ainda uma série
de riscos no setor corporativo.
Nos últimos meses, a tendência entre grandes empresas
tem sido aprofundar o corte de
custos e funcionários para gerar resultados e pagar dívidas e
dividendos a seus acionistas.
É isso o que vem dando fôlego ao mercado de ações. E não,
necessariamente, um aumento
no volume de negócios.
Mesmo assim, gigantes americanas como GM e Chrysler e a
canadense Nortel entraram na
lista de empresas que deixaram
de honrar dívidas relacionadas
a títulos que elas mesmo emitiram para levantar capital de giro para suas operações diárias.
No ano inteiro de 2008, que
engloba três dos piores meses
da atual crise global (entre outubro e dezembro passados), o
total de calotes corporativos
somou US$ 433 bilhões.
Foram 126 empresas que deixaram de honrar débitos em 12
meses, ante as 201 atuais em
apenas sete meses. No total,
143 empresas norte-americanas deixaram de pagar suas dívidas. Entre as europeias, foram apenas 12. Já entre os países emergentes, 34.
O número maior nos EUA reflete tanto o tamanho da economia norte-americana quanto a intensidade com que a crise
a atingiu. Segundo a S&P, o total de calotes na recompra de títulos emitidos pelas empresas
americanas deve atingir 14,3%
até março de 2010.
O último recorde já registrado em termos anualizados é de
12,5%, de julho de 1991.
"O cenário econômico recessivo e as incertezas ainda presentes nos mercados financeiros vêm empurrando os problemas de não pagamento de dívidas para um patamar cada vez
maior", diz relatório.
(FCZ)
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