São Paulo, terça-feira, 25 de agosto de 2009

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Calote privado no mundo chega a valor recorde de US$ 453 bi

DE NOVA YORK

O total de calotes de grandes empresas no mundo atingiu um recorde histórico de US$ 453,1 bilhões nos primeiros sete meses deste ano. O valor equivale a mais que o dobro das reservas em dólares do Brasil.
De janeiro a julho, 201 companhias deixaram de honrar as suas dívidas, ultrapassando o pior período já registrado, entre os mesmos meses de 2001.
Os dados, da agência de classificação de riscos Standard & Poor's, mostram que, embora a economia mundial venha se recuperando, há ainda uma série de riscos no setor corporativo.
Nos últimos meses, a tendência entre grandes empresas tem sido aprofundar o corte de custos e funcionários para gerar resultados e pagar dívidas e dividendos a seus acionistas.
É isso o que vem dando fôlego ao mercado de ações. E não, necessariamente, um aumento no volume de negócios.
Mesmo assim, gigantes americanas como GM e Chrysler e a canadense Nortel entraram na lista de empresas que deixaram de honrar dívidas relacionadas a títulos que elas mesmo emitiram para levantar capital de giro para suas operações diárias.
No ano inteiro de 2008, que engloba três dos piores meses da atual crise global (entre outubro e dezembro passados), o total de calotes corporativos somou US$ 433 bilhões.
Foram 126 empresas que deixaram de honrar débitos em 12 meses, ante as 201 atuais em apenas sete meses. No total, 143 empresas norte-americanas deixaram de pagar suas dívidas. Entre as europeias, foram apenas 12. Já entre os países emergentes, 34.
O número maior nos EUA reflete tanto o tamanho da economia norte-americana quanto a intensidade com que a crise a atingiu. Segundo a S&P, o total de calotes na recompra de títulos emitidos pelas empresas americanas deve atingir 14,3% até março de 2010.
O último recorde já registrado em termos anualizados é de 12,5%, de julho de 1991.
"O cenário econômico recessivo e as incertezas ainda presentes nos mercados financeiros vêm empurrando os problemas de não pagamento de dívidas para um patamar cada vez maior", diz relatório. (FCZ)


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