São Paulo, terça-feira, 25 de agosto de 2009

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Obama nomeará Bernanke para mais 4 anos no Fed

Recondução ao cargo coincide com trimestre em que EUA devem sair da recessão

No cargo desde 2006, presidente do BC dos EUA promoveu injeção de mais de US$ 1 tri no mercado ante a pior crise em décadas

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

O presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu manter por mais quatro anos Ben Bernanke à frente do Federal Reserve (o banco central dos EUA). O anúncio deverá ser feito pelo próprio Obama ainda hoje, durante suas férias de verão (no hemisfério norte) no Estado de Massachusetts.
A decisão ocorre no momento em que Bernanke vem declarando que a economia dos EUA está saindo da maior recessão desde a década de 1930.
Estudioso da Grande Depressão pós-1929, Bernanke esteve à frente de uma série de medidas para tentar tirar os EUA da rota de uma nova depressão. Entre outras medidas, o Fed injetou mais de US$ 1 trilhão para socorrer bancos e empresas em apuros.
A recondução de Bernanke era esperada e foi confirmada pelo porta-voz da Casa Branca Robert Gìbbs. O governo Obama qualificou como "brilhante" o recente desempenho de Bernanke no combate à recessão que começou no fim de 2007.
Ele é tido como um dos maiores conhecedores da Grande Depressão. Nesta crise, seu papel ganhou relevo ao declarar inúmeras vezes que os EUA não deveriam deixar de fazer o que fosse possível em termos de gastos públicos e intervenções estatais para evitar o pior.
O mandato de quatro anos de Bernanke terminaria no fim de janeiro de 2010 -ele assumiu o cargo no início de 2006, indicado pelo então presidente George W. Bush. Reconduzido ao cargo, o presidente do Fed terá autonomia para comandar a maior economia do mundo por mais quatro anos.
Em sua gestão, Bernanke, 55, conduziu não somente a maior intervenção do Fed na economia dos EUA, com uma injeção de liquidez (dinheiro) estimada em mais de US$ 1 trilhão, como baixou os juros básicos no país para um patamar entre zero e 0,25% ao ano a fim de tentar recuperar a atividade.
Seu principal desafio daqui em diante será enxugar o excesso de liquidez no mercado para evitar a volta da inflação.
No Congresso dos EUA, Bernanke foi alvo de críticas de parlamentares que afirmam que ele "falhou" ao não detectar o alcance da crise antes que ela explodisse, ainda que com menor intensidade, em 2007.
De um modo geral, porém, analistas do mercado têm avaliado a atuação de Bernanke à frente do Fed como "exemplar". A culpa sobre a atual crise seria parte também do antecessor de Bernanke, Alan Greenspan, que ficou à frente do Fed por mais de 18 anos.


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