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Obama nomeará Bernanke para mais 4 anos no Fed
Recondução ao cargo coincide com trimestre em que EUA devem sair da recessão
No cargo desde 2006, presidente do BC dos EUA promoveu injeção de mais de US$ 1 tri no mercado ante a pior crise em décadas
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
O presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu manter
por mais quatro anos Ben Bernanke à frente do Federal Reserve (o banco central dos
EUA). O anúncio deverá ser feito pelo próprio Obama ainda
hoje, durante suas férias de verão (no hemisfério norte) no
Estado de Massachusetts.
A decisão ocorre no momento em que Bernanke vem declarando que a economia dos EUA
está saindo da maior recessão
desde a década de 1930.
Estudioso da Grande Depressão pós-1929, Bernanke esteve à frente de uma série de
medidas para tentar tirar os
EUA da rota de uma nova depressão. Entre outras medidas,
o Fed injetou mais de US$ 1 trilhão para socorrer bancos e
empresas em apuros.
A recondução de Bernanke
era esperada e foi confirmada
pelo porta-voz da Casa Branca
Robert Gìbbs. O governo Obama qualificou como "brilhante"
o recente desempenho de Bernanke no combate à recessão
que começou no fim de 2007.
Ele é tido como um dos maiores conhecedores da Grande
Depressão. Nesta crise, seu papel ganhou relevo ao declarar
inúmeras vezes que os EUA
não deveriam deixar de fazer o
que fosse possível em termos
de gastos públicos e intervenções estatais para evitar o pior.
O mandato de quatro anos de
Bernanke terminaria no fim de
janeiro de 2010 -ele assumiu o
cargo no início de 2006, indicado pelo então presidente George W. Bush. Reconduzido ao
cargo, o presidente do Fed terá
autonomia para comandar a
maior economia do mundo por
mais quatro anos.
Em sua gestão, Bernanke, 55,
conduziu não somente a maior
intervenção do Fed na economia dos EUA, com uma injeção
de liquidez (dinheiro) estimada
em mais de US$ 1 trilhão, como
baixou os juros básicos no país
para um patamar entre zero e
0,25% ao ano a fim de tentar recuperar a atividade.
Seu principal desafio daqui
em diante será enxugar o excesso de liquidez no mercado
para evitar a volta da inflação.
No Congresso dos EUA, Bernanke foi alvo de críticas de
parlamentares que afirmam
que ele "falhou" ao não detectar
o alcance da crise antes que ela
explodisse, ainda que com menor intensidade, em 2007.
De um modo geral, porém,
analistas do mercado têm avaliado a atuação de Bernanke à
frente do Fed como "exemplar". A culpa sobre a atual crise
seria parte também do antecessor de Bernanke, Alan Greenspan, que ficou à frente do Fed
por mais de 18 anos.
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