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MERCADO FINANCEIRO
Desde 1998, giro com ações não era tão fraco; alta do dólar movimentou papel de exportadora
Desaba o volume de negócios na Bovespa
DA REPORTAGEM LOCAL
A cautela dos investidores fez o volume diário de negócios na Bovespa neste mês despencar para o menor nível desde dezembro de 98. Com os preços das ações muito baixos e um mercado sem vendedores, a opção dos investidores
tem sido esperar um melhor momento para negociar os papéis
que têm em carteira.
A média diária de negociações
neste mês está em R$ 469,9 milhões. Nem mesmo o giro de R$
1,4 bilhão da última sexta -inflado por um leilão de permuta de
ações da Bahia Sul por papéis da
Suzano, que movimentou R$
967,7 milhões- foi capaz de melhorar o resultado do período.
"Quem não se antecipou e vendeu ações antes, quando o mercado começou a ficar ruim [há alguns meses", prefere agora esperar. Além dos valores dos papéis
estarem muito baixos, não há
compradores no mercado. Por isso, os investidores têm preferido
mexer o mínimo possível em suas
posições", diz Ronaldo Patah, administrador de fundos do Unibanco Asset Management.
Para Patah, o mercado doméstico de ações deve continuar operando dessa forma pelo menos até
o próximo presidente ter sido
eleito e ter definido sua equipe
econômica.
Ontem, a movimentação de investidores em busca de ações de
empresas exportadoras melhorou um pouco o giro da Bolsa, que
ficou em R$ 561 milhões.
Mesmo assim, a Bovespa fechou com queda de 1,24%, em
9.148 pontos -o menor nível
desde março de 99.
As ações preferenciais da Siderúrgica Tubarão lideraram as altas, com ganho de 6%, seguidas
pelo papel PNB da Aracruz, que
subiu 5,6%.
Michel Campanella, analista da
corretora Socopa, afirma que há
quase só recursos de tesourarias
no mercado nas últimas semanas.
O resultado positivo de investimentos estrangeiros na Bolsa, registrado nos primeiros dias deste
mês, foi algo pontual e não deve se
tornar uma tendência, avaliam
analistas. Hoje a Bovespa divulga
o saldo de compras e vendas de
ações feitas por estrangeiros neste
mês, até o dia 20. Na opinião de
Patah, esse resultado deve ser negativo, como tem sido normalmente durante este ano.
"Além das dúvidas eleitorais, a forte oscilação do dólar assusta o
investidor estrangeiro." (FABRICIO VIEIRA)
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