São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Do céu...
A disparada do dólar pode elevar ainda mais os preços agrícolas no campo. O custo para a produção de uma saca de soja, com o dólar a R$ 3,80, é de R$ 22. Em março, o produtor estaria recebendo R$ 40, um ganho de 82%, equivalente a 9% ao mês.

...para o inferno
Mas a situação poderá ser completamente diferente. Ao contrário de bons rendimentos, o produtor poderá ter prejuízos se for confirmada a queda do dólar após as eleições. O produtor vai plantar com o dólar elevado, o que aumenta o custo dos insumos, e colher com o dólar valendo menos, o que diminui o valor das mercadorias na hora da venda.

Não dá para esperar
O maior problema, dizem os produtores, é que na agricultura não dá para esperar a cotação mais favorável do dólar para plantar. Ao contrário, o produtor deve se preocupar com o melhor momento do clima para o plantio. Com ou sem incertezas políticas e econômicas, o plantio de verão deve ser iniciado já, diz um deles.

Efeito das chuvas
A ocorrência de chuvas na reta final da colheita do trigo está prejudicando a qualidade do produto. No norte do Paraná, um dos armazéns que recebem trigo constatou que 81% do produto vem com qualidade inferior à exigida.

Mercados
Os preços voltaram a subir ontem no mercado interno, impulsionados pelo dólar. Em Chicago, a tendência também foi de alta, liderada pelo trigo (3,6%). Soja (1,5%) e milho (2,1%) também subiram.

Abaixo do previsto
As colheitadeiras já estão nos campos norte-americanos de soja. Pelo menos 6% da área plantada já foi colhida, e o resultado não agrada aos produtores. A produtividade é menor do que a prevista pelo Usda, segundo análise da MPrado, de Uberlândia.

Fúria chinesa
Os chineses se mantêm ativos no mercado internacional de soja nas últimas semanas. Na avaliação do mercado, os chineses querem formar estoques agora porque a partir de dezembro entram em vigor as leis que regulamentam a importação de soja transgênica.

A busca dos alternativos
A escassez de milho e a desvalorização acentuada do real estão forçando as empresas consumidoras de milho a buscar produtos sucedâneos. A taxa média de crescimento do consumo dos produtos alternativos é de 52% ao ano, segundo acompanhamento da MPrado.

Movimento agrícola
As commodities agrícolas têm gerado recordes de movimentação no porto de Santos. Os dados deste ano, até agosto, indicam volume de 34,7 milhões de toneladas, 7% a mais do que no ano anterior. As exportações cresceram 14% e as importações caíram 1%.

Os destaques
Nos oito primeiros meses deste ano, as exportações de açúcar cresceram 30%; as de sucos cítricos, 33%; as de soja em grãos, 6%; e as de carnes, 7%. Entre as importações, as de adubo cresceram 20%, e as de trigo, 7% no período.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br


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