São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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Refinarias privadas cortam produção

DA SUCURSAL DO RIO

Sufocadas pelas altas do petróleo e do dólar, as duas refinarias privadas do país -Ipiranga e Manguinhos- são obrigadas a reduzir a produção para evitar prejuízos, pois o óleo que importam está mais caro do que os derivados que vendem.
A distorção ocorre por causa do controle de preço imposto pelo governo. Sem a Petrobras repassar o câmbio e as cotações internacionais, as refinarias não têm como alterar seus preços. Juntas, têm apenas 2% do mercado.
Ao contrário da Petrobras, nem Manguinhos nem Ipiranga produzem petróleo. A estatal não perde tanto com o controle de preço, pois importa menos de 20% do óleo que refina.
Manguinhos compra no exterior 100% do petróleo que usa. Por causa da alta do óleo, já chegou a reduzir a produção -da média de 15 mil barris para 10 mil barris por dia- e a cancelar a importação de um carregamento.
Segundo o diretor comercial de Manguinhos, Luiz Henrique Sanches, o litro do óleo custa cerca de R$ 0,57, enquanto o preço médio de seus produtos está perto de R$ 0,52 o litro. Os derivados estão, portanto, sendo comercializados com prejuízo.
Segundo a diretora-superintendente da Refinaria Ipiranga, Elizabeth Tellechea, a empresa cortou sua produção em 15% e tem defasagem mensal de US$ 4 milhões a US$ 5 milhões entre o que gasta com a compra de óleo e o que arrecada com a venda de combustíveis. A refinaria, cuja capacidade é de 17 mil barris por dia, também importa todo o óleo que processa.
"O petróleo sobe a cada dia e o problema é que o preço dos derivados foi aumentado pela última vez no final de junho. Para nós [as empresas privadas", é trágico porque não somos integrados [ao contrário da Petrobras, que extrai óleo e o refina". Se vier a guerra [entre EUA e Iraque", será uma catástrofe", disse a executiva.
Sanches afirmou que negocia com a Petrobras para comprar óleo nacional com o objetivo de reduzir o custo de produção. Para Elizabeth, isso não é solução, pois os preços do óleo da estatal também seguem as cotações internacionais. O que resolveria o problema, diz, seria a estatal subir seus preços imediatamente. (PS)


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