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Refinarias privadas cortam produção
DA SUCURSAL DO RIO
Sufocadas pelas altas do petróleo e do dólar, as duas refinarias
privadas do país -Ipiranga e
Manguinhos- são obrigadas a
reduzir a produção para evitar
prejuízos, pois o óleo que importam está mais caro do que os derivados que vendem.
A distorção ocorre por causa do
controle de preço imposto pelo
governo. Sem a Petrobras repassar o câmbio e as cotações internacionais, as refinarias não têm
como alterar seus preços. Juntas,
têm apenas 2% do mercado.
Ao contrário da Petrobras, nem
Manguinhos nem Ipiranga produzem petróleo. A estatal não
perde tanto com o controle de
preço, pois importa menos de
20% do óleo que refina.
Manguinhos compra no exterior 100% do petróleo que usa.
Por causa da alta do óleo, já chegou a reduzir a produção -da
média de 15 mil barris para 10 mil
barris por dia- e a cancelar a importação de um carregamento.
Segundo o diretor comercial de
Manguinhos, Luiz Henrique Sanches, o litro do óleo custa cerca de
R$ 0,57, enquanto o preço médio
de seus produtos está perto de R$
0,52 o litro. Os derivados estão,
portanto, sendo comercializados
com prejuízo.
Segundo a diretora-superintendente da Refinaria Ipiranga, Elizabeth Tellechea, a empresa cortou
sua produção em 15% e tem defasagem mensal de US$ 4 milhões a
US$ 5 milhões entre o que gasta
com a compra de óleo e o que arrecada com a venda de combustíveis. A refinaria, cuja capacidade é
de 17 mil barris por dia, também
importa todo o óleo que processa.
"O petróleo sobe a cada dia e o
problema é que o preço dos derivados foi aumentado pela última
vez no final de junho. Para nós [as
empresas privadas", é trágico porque não somos integrados [ao
contrário da Petrobras, que extrai
óleo e o refina". Se vier a guerra
[entre EUA e Iraque", será uma
catástrofe", disse a executiva.
Sanches afirmou que negocia
com a Petrobras para comprar
óleo nacional com o objetivo de
reduzir o custo de produção. Para
Elizabeth, isso não é solução, pois
os preços do óleo da estatal também seguem as cotações internacionais. O que resolveria o problema, diz, seria a estatal subir seus
preços imediatamente.
(PS)
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