São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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TRABALHO

Sindicalistas se reuniram com ministro Berzoini, que negou intermediação

Bancário não obtém ajuda do governo

Jorge Araújo/Folha Imagem
Bancários em greve fazem protesto durante a passeata realizada ontem pela região central de SP como parte do movimento


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Ricardo Berzoini (Trabalho) frustrou ontem representantes sindicais dos bancários que o procuraram pedindo intermediação do governo nas negociações com os bancos. O ministro, bancário e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, disse, segundo os sindicalistas, que o governo não vai interferir.
"O ministro traiu a sua história", disse Dirceu Travesso, candidato a prefeito de São Paulo pelo PSTU e diretor do mesmo sindicato que já foi presidido por Berzoini, após a reunião. "É preciso lembrar que o governo também é patrão", afirmou, sobre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, controlados pelo governo.
"O setor [bancos] não tem um único argumento econômico [contra as reivindicações da categoria]. Cobramos do ministro, como ex-dirigente bancário, e ele disse que não vai se posicionar. Acho um erro grave", disse Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Bancários, ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores). "Saímos com a certeza de que vamos ter que aumentar a greve", disse.
Berzoini recebeu seis representantes sindicais dos bancários na tarde de ontem. Após a reunião, o ministro não falou com com jornalistas. Apenas os representantes sindicais deram entrevista.
Além de pedir -e não obter- a intermediação do ministro nas negociações, os sindicalistas apresentaram a Berzoini denúncias em relação à maneira como os bancos estão reagindo à greve.
De acordo com os sindicalistas, está havendo "assédio moral", porque os bancos estão ameaçando com possíveis demissões e com "descomissionamento" (perda de cargos que elevam o salário). Além disso, segundo a denúncia, os bancos estão atacando o direito de greve, ao impedir, judicialmente, que agências sejam fechadas.
A Caixa informou ontem que o número de agências totalmente fechadas aumentou de 6,4% para 6,8% (143) e a quantidade de agências abertas caiu de 31,7% para 30,7% (665). O Banco do Brasil não divulgou números.


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