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BARRIL DE PÓLVORA
Estatal vai esperar primeiro turno para definir se aumenta preço dos combustíveis
Gasolina pode subir após eleições
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras só vai definir um
eventual aumento do preço dos
combustíveis depois do primeiro
turno das eleições, que será realizado no dia 3 de outubro.
Mesmo com a alta do preço do
barril do petróleo no mercado internacional -quase US$ 50-, o
presidente da estatal, José Eduardo Dutra, disse que vai aguardar
dez dias para decidir se vai reajustar os preços.
Antes de tomar uma posição sobre o possível aumento dos combustíveis, Dutra disse que vai avaliar dois fatores. O primeiro será a
decisão do Departamento de
Energia dos Estados Unidos, que
estuda a possibilidade de aprovar
o uso de parte das reservas estratégicas de petróleo do país. As reservas de petróleo dos Estados
Unidos somam hoje cerca de 670
milhões de barris.
Outro fator será a reunião da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo), que
acontecerá no início de outubro.
"Acredito que existam, dentro
de dez dias, alguns elementos que
vão contribuir para a consolidação de uma visão de um novo patamar. Há a questão da liberação
de parte dos estoques estratégicos
dos Estados Unidos e até a possibilidade de aumentar ou não a cota da Opep. Foi isso o que falei e
reafirmo", disse Dutra, ao deixar
na manhã de ontem a cerimônia
de entrega do Prêmio Petrobras
de Tecnologia, no centro do Rio
de Janeiro.
Negociação salarial
Sobre a negociação salarial com
os petroleiros, que estão em estado de greve, o presidente da empresa negou que esteja sendo duro com a classe.
"Como duro [com os sindicalistas]? Nós apresentamos uma proposta que cobre a inflação em todo o período, de acordo com o índice do Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Sócio-Econômicos]. Não dá para
comparar com a proposta dos
bancários, que tiveram 12% no
ano passado. A Petrobras pagou
15,7%", disse Dutra.
Agora, a categoria reivindica
reajuste de 13,2%. A proposta da
estatal e subsidiárias é de 7,81%.
Anteontem, os petroleiros atrasaram o início do trabalho em
duas horas nas principais unidades da empresa.
A partir do dia 4 de outubro, a
categoria ameaça realizar uma série de paralisações-surpresa com
duração de 24 horas.
Dutra reafirmou ontem que a
estatal deverá estabelecer, até o final do ano, o recorde de produção
de 1,7 milhão de barris de petróleo
por dia. "A média do segundo semestre vai ser bastante superior à
do primeiro", disse Dutra.
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