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MERCADO ABERTO
Executivo encara desafio nos EUA
Há cerca de dois anos, o executivo Paulo Zottolo, 49,
presidente da Nivea no Brasil, quase perdeu o emprego. Ele havia tonado decisões que
desagradaram à empresa alemã.
Ele contratou a top brasileira Gisele Bündchen para ser garota-propaganda e trocou a agência
TBWA, que atende a empresa
mundialmente, pela Africa, de
Nizan Guanaes. As duas decisões
não foram bem recebidas por
muitos de seus superiores, na
Alemanha. "Passei momentos
difíceis", afirmou.
Depois de dez anos à frente da
Nivea no Brasil, Zottolo foi promovido à presidência da filial na
América do Norte (Estados Unidos e Canadá), o segundo maior
faturamento da empresa no
mundo, com US$ 1 bilhão de receita por ano. No Brasil, os números não são conhecidos, mas
estima-se um faturamento de
cerca de R$ 300 milhões anuais.
Entre a fase difícil que passou e
o atual momento, a Nivea foi
vendida para um grupo alemão,
e o conselho da empresa foi mudado. Além disso, as vendas da
empresa no Brasil aumentaram
significativamente, e a Nivea tornou-se líder em diversos produtos. A empresa multiplicou por
13 os lucros. A promoção foi resultado desse desempenho.
Nos Estados Unidos, Zottolo
terá uma missão difícil. A Nivea
não é conhecida, detém apenas
3% do mercado e enfrenta a concorrência da gigante Procter &
Gamble. Só para dar uma idéia
da concorrência, Zottolo diz que,
no ano passado, a Nivea gastou
US$ 30 milhões em mídia nos
EUA para o lançamento de um
produto. A Procter & Gamble
gastou US$ 270 milhões para lançar um produto semelhante.
Zottolo ainda não elaborou o
seu plano para tornar a marca
conhecida nos EUA. Ele tinha
um prazo até novembro para
concluí-lo, mas avisou que irá
pedir um adiamento para janeiro. Ele não esconde que pretende
contratar uma modelo, mas não
deverá ser Gisele Bündchen, e
ainda terá Nizan Guanaes como
seu consultor, embora nos EUA
irá manter a TBWA como agência da empresa. "Se não ousar,
seremos engolidos pela gigante",
diz Zottolo, que é apaixonado
por mar e barco à vela.
Ele também pretende formar
uma diretoria globalizada, com
executivos de diversos lugares do
mundo. Um dos problemas que
ele identificou na Nivea nos EUA
é que ela se distanciou muito da
Europa. Em seus cerca de 20
anos, a Nivea só teve um presidente alemão, logo quando foi
criada, e depois todos os demais
foram americanos. "Os Estados
Unidos são o calcanhar-de-aquiles da Nivea", diz ele.
LEITURA
Após o sucesso da última
edição, lançada em 2000 e
com mais de 120 mil exemplares vendidos só no Brasil, chega às livrarias a 12ª edição de
"Administração de Marketing", de Philip Kotler e Kevin
Lane Keller. Batizada de a bíblia do marketing, a obra, a
ser lançada neste mês pela
editora Pearson, trata de assuntos como marketing holístico e experimental, além de
contar com um número
maior de exemplos práticos,
entre eles de empresas brasileiras, como a Natura.
NO JAPÃO
Roger Agnelli, presidente da
Vale, viajou neste final de semana para o Japão a fim de comemorar os 50 anos do primeiro
embarque de minério para uma
siderúrgica japonesa. O Japão representa, hoje, 9% dos embarques da Vale.
NEGÓCIOS DO FUTURO
O fórum de jovens empreendedores da Associação Comercial
de São Paulo vai trazer ao país o
congresso mundial de jovens
empreendedores, em março de
2006, no Anhembi. As edições
anteriores reuniram mais de
5.200 participantes e promoveram 350 joint ventures com valores entre US$ 20 mil e US$ 35 milhões. O congresso será lançado
pelo governador Geraldo Alckmin e pelo presidente da Associação Comercial, Guilherme
Afif Domingos, na terça.
À PROCURA
A Petrobras está em busca de
um local no litoral do Espírito
Santo para construir seu próprio
porto. O complexo portuário de
Vila Velha é um dos favoritos.
APOSTA NA MARCA
Para ganhar mercado, as empresas de varejo irão focar esforços em três ações relacionadas,
aponta pesquisa da revista inglesa "The Economist". Segundo a
pesquisa, com 123 executivos de
indústrias de consumo nos EUA,
primeiramente elas irão investir
na criação de marcas. Depois,
irão apostar em novos produtos
e, finalmente, implementar cortes nos custos de produção.
DECIDIDO
A Camargo Corrêa bateu o
martelo. Depois de analisar cerca
de 30 cidades próximas a São
Paulo, ela escolheu Americana
para instalar seu centro de serviços compartilhados, que irá concentrar a folha de pagamento das
empresas do grupo, por exemplo. A estimativa é que haja uma
redução de custo de até R$ 90
milhões por ano com esse novo
centro. O que pesou na escolha
de Americana foi o fato de a empresa já ter na cidade um grande
terreno ao lado de uma fábrica
da Santista, que pertence ao grupo. O projeto prevê que o novo
centro irá contar com cerca de
mil funcionários.
À MODA CPI
Para enfrentar as críticas
que seu governo tem recebido, o presidente Lula tem sido
conservador na escolha de
seus ternos. Porém nem sempre da maneira mais elegante.
A avaliação é do estilista Ricardo Almeida, que assessorou o presidente durante a
campanha eleitoral de 2002.
"Naquela época, falávamos
para ele usar uns ternos mais
colados ao corpo. Agora, às
vezes, ele usa uns ternos de
um tamanho maior. Isso engorda a pessoa." Almeida nota que o presidente tem usado
tons mais escuros, "que conferem maior credibilidade".
Para momentos como o vivido por Lula, é conveniente,
diz. Mas, para o verão que se
aproxima, indica tons claros
-como o bege-, que, bem
usados, também garantem
credibilidade e sobriedade.
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