São Paulo, domingo, 25 de setembro de 2005

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EXCLUSÃO REAL

Apesar de ter MBA, carioca é vendedora

Administradora só obtém vaga em loja

DA SUCURSAL DO RIO

A discriminação que dificilmente aparece em estatísticas foi facilmente percebida por Patrícia Dias, 33. Filha de uma enfermeira e de um porteiro, após ter se formado em administração na PUC do Rio e ter feito MBA em marketing na mesma universidade, ela ouviu de vários empregadores que não ganharia a vaga, mesmo com um bom currículo e com fluência em cinco línguas.
"Em uma das ocasiões, a pessoa que me atendeu até falou que sabia que era anti-ético dizer isso, mas disse que, por razões pessoais, eu não seria escolhida por ser negra", diz ela.
Hoje, após ter feito carreira como modelo na Europa, ela é vendedora da loja de cosméticos canadense MAC em Ipanema, zona sul do Rio. "Eu gostaria mesmo é de estar trabalhando na área em que me especializei, mas, pelo menos, aqui encontrei um ambiente sem hostilidade. Tanto que a gerente da loja onde eu trabalhava antes também era negra", afirma ela.
Gustavo Fagundes, diretor comercial da Brasif, distribuidora da MAC no Brasil, conta que no processo seletivo da empresa há uma preocupação de ter vendedores que representem todos os sexos, raças e idades. "Não temos nenhuma cota a ser preenchida, mas procuramos ter um grupo de vendedores que represente a diversidade da população", diz.
Há empresas, no entanto, que são ainda mais ativas na busca de diversidade racial. É o caso da HP do Brasil, que iniciou um programa com meta de ter 5% de negros e deficientes em seus quadros.
Políticas semelhantes foram adotadas também pela IBM, Banco Real, Dupont e Camisaria Colombo.


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