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EXCLUSÃO REAL
Apesar de ter MBA, carioca é vendedora
Administradora só obtém vaga em loja
DA SUCURSAL DO RIO
A discriminação que dificilmente aparece em estatísticas
foi facilmente percebida por
Patrícia Dias, 33. Filha de uma
enfermeira e de um porteiro,
após ter se formado em administração na PUC do Rio e ter
feito MBA em marketing na
mesma universidade, ela ouviu
de vários empregadores que
não ganharia a vaga, mesmo
com um bom currículo e com
fluência em cinco línguas.
"Em uma das ocasiões, a pessoa que me atendeu até falou
que sabia que era anti-ético dizer isso, mas disse que, por razões pessoais, eu não seria escolhida por ser negra", diz ela.
Hoje, após ter feito carreira
como modelo na Europa, ela é
vendedora da loja de cosméticos canadense MAC em Ipanema, zona sul do Rio. "Eu gostaria mesmo é de estar trabalhando na área em que me especializei, mas, pelo menos, aqui encontrei um ambiente sem hostilidade. Tanto que a gerente da
loja onde eu trabalhava antes
também era negra", afirma ela.
Gustavo Fagundes, diretor
comercial da Brasif, distribuidora da MAC no Brasil, conta
que no processo seletivo da
empresa há uma preocupação
de ter vendedores que representem todos os sexos, raças e
idades. "Não temos nenhuma
cota a ser preenchida, mas procuramos ter um grupo de vendedores que represente a diversidade da população", diz.
Há empresas, no entanto,
que são ainda mais ativas na
busca de diversidade racial. É o
caso da HP do Brasil, que iniciou um programa com meta
de ter 5% de negros e deficientes em seus quadros.
Políticas semelhantes foram
adotadas também pela IBM,
Banco Real, Dupont e Camisaria Colombo.
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