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Investigação
policial alcança
diretor da Fiesp
DA SUCURSAL DO RIO
O diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) Laodse de
Abreu Duarte representa
três empresas que negociaram títulos estrangeiros com
a Bombril que estão sendo
investigadas no inquérito da
7ª DP de São Paulo: Monte
Mor, Duagro e Sipasa. As
três negociaram R$ 69 milhões em títulos com a Bombril, segundo informações
do inquérito.
O empresário nega envolvimento com remessa ilegal
de divisas e com lavagem de
dinheiro. Disse que suas empresas foram fiscalizadas pela Receita Federal e que as
negociações com a Bombril
foram cristalinas.
Abreu Duarte diz que os títulos dos EUA e da Argentina mudavam de mãos até
quatro vezes em um dia,
quando as operações estavam no auge, e que atuava
como intermediário. Por isso, não sabe informar se os
títulos realmente existiam.
O ex-acionista controlador
da Bombril, o empresário
Ronaldo Sampaio Ferreira,
vendeu US$ 2,3 milhões em
T-Bills à Duagro entre 2001 e
2002. O advogado Eduardo
Munhoz, que defende o empresário, disse à Folha que
Ferreira vendeu as ações a
Sérgio Cragnotti, que pagou
parte do prometido no exterior. Disse que o dinheiro recebido no exterior veio ao
Brasil por meio da negociação de T-Bills e foi declarado
no Imposto de Renda.
Segundo Munhoz, o ex-presidente da Bombril Joamir Alves é quem teria recomendado a operação.
Cerca de 70% do total dos
contratos negociados pela
Bombril tiveram na ponta de
compra duas empresas:
Hardsell e Logística, representadas por Geraldo Rondon da Rocha Azevedo, genro de Adolfo Mello Neto,
gestor e um dos principais financiadores da Bombril.
A Hardsell e a Logística,
somadas, negociaram R$ 1,4
bilhão em títulos com a
Bombril entre 1998 e 2002.
As empresas têm como endereço um escritório virtual
em Barueri, na Grande São
Paulo. A exemplo dos demais empresários envolvidos, Rocha Azevedo declarou, por meio de seu advogado, que as operações foram legais e estão contabilizadas nas empresas.
Relatório do Banco Central, que está anexado ao inquérito, diz que as operações
funcionavam do seguinte
modo: empresas de fachada
abriam contas em bancos no
Brasil para receber depósitos
de terceiros, que eram transferidos para a Bombril, a
qual fazia as transferências
para o exterior. A Bombril
Overseas então comprava títulos para entrega no Brasil.
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