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FMI estima perda de US$ 1,3 tri com crise
Entidade diz que mundo crescerá menos e que desaceleração está "em toda a parte", mas que recessão deverá ser evitada em 2009
Para Lipsky, eventos da semana passada, como venda do Merrill Lynch, foram "tempestade de proporções históricas"
DA REDAÇÃO
O FMI (Fundo Monetário
Internacional) elevou para US$
1,3 trilhão o prejuízo causado
pela crise no sistema financeiro
global, US$ 300 milhões mais
do que a entidade tinha calculado em abril e o equivalente ao
PIB brasileiro de 2007. O organismo disse ainda que a "turbulência" nos mercados financeiros fará com que ele reduza a
sua previsão para o crescimento da economia mundial, mas
que deverá ocorrer "uma recuperação gradual" em 2009.
Segundo o vice-diretor-gerente do Fundo, John Lipsky,
uma recessão global poderá ser
evitada, desde que políticas
"coerentes e efetivas" sejam
implementadas em todo o
mundo. Ele afirmou ainda que
o crescimento econômico está
se desacelerando por "toda a
parte", encerrando as esperanças de descolamento de países
emergentes e desenvolvidos.
O dirigente disse que a diminuição no ritmo do avanço econômico está sendo liderada pelos países desenvolvidos, que
"estão próximos da recessão ou
sentindo crescimento abaixo
do potencial", mas que a atividade também está perdendo
força nos emergentes. "Apesar
de que o crescimento nessas regiões continua alto e próximo
da tendência, em grande parte
refletindo a força da demanda
doméstica."
E é o crescimento dos emergentes, de acordo com Lipsky,
que deve sustentar a expansão
da economia mundial -apesar
de esses países, especialmente
os com grande dívida externa
em conta corrente, estarem
também sentindo a crise nos
mercados financeiros. Para ele,
essas economias estão hoje
mais bem preparadas para
agüentar os efeitos dos choques
financeiros externos e, nos últimos anos, assumiram um papel
central no avanço global.
A economia americana também será ajudada pela expansão dos emergentes, diz Lipsky,
especialmente por meio das exportações -que já representaram a maior parte do crescimento dos EUA no segundo trimestre. Porém, ele pede que alguns desses países, especialmente a China, deixem suas
moedas se valorizarem. A subvalorização do yuan é questionada pelos EUA, que afirmam
que a moeda chinesa favorece
as exportações do país asiático.
"Tempestade financeira"
Para Lipsky, os eventos da semana passada (como a concordata do Lehman Brothers, a
venda do Merrill Lynch e o empréstimo bilionário para a seguradora AIG) foram "uma
tempestade financeira de proporções históricas". "As últimas semanas incluíram momentos e acontecimentos quase inimagináveis no setor financeiro", afirmou o dirigente.
"Diante dos nosso olhos, placas tectônicas financeiras se
moveram, apagando uma forma institucional -o banco de
investimento grande e independente- que até meados de
2007 era vista popularmente
como gigantes financeiros que
obtinham lucros enormes",
afirmou Lipsky, sobre a decisão
de Morgan Stanley e Goldman
Sachs, no último domingo, de
se tornarem bancos comerciais, que foi precedida pelas
vendas de Bear Stearns e Merrill Lynch e pela concordata do
Lehman Brothers.
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