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Goldman Sachs consegue US$ 5 bilhões com venda de ações, o dobro do esperado
DA REDAÇÃO
Um dia depois de receber um
investimento de US$ 5 bilhões
de Warren Buffett, o Goldman
Sachs conseguiu o mesmo
montante com a venda de ações
-o dobro do inicialmente previsto pelo banco. Com os US$
10 bilhões, o Goldman procura
tranqüilizar os investidores sobre o seu futuro financeiro.
Os investidores pagaram
US$ 123 por ação, um desconto
de 1,64% em relação ao preço
dos papéis anteontem, quando
foi anunciado o leilão público.
As ações do Goldman Sachs valiam ontem US$ 133.
O investimento de Buffett,
por meio da sua holding Berkshire Hathaway, foi considerado
um estímulo para as ações do
Goldman Sachs, que subiram
6,36%, em um dia em o índice
S&P 500, da Bolsa de Nova
York, recuou 0,20%, com as incertezas sobre o plano do governo americano para assumir
títulos podres de instituições
financeiras. O segundo homem
mais rico dos Estados Unidos,
com uma fortuna de US$ 50 bilhões, é conhecido por seus investimentos conservadores e
não fazia aplicações em bancos
há cerca de uma década.
Apesar de o banco não ter registrado prejuízo durante a crise, que teve início no segundo
semestre do ano passado, o lucro vinha se desacelerando e a
entidade -que era vista como o
mais sólido dos bancos de investimento- passou a ser vista
como uma provável baixa de
Wall Street, antes de o governo
anunciar o projeto.
O Goldman Sachs, ao lado do
rival Morgan Stanley, solicitou
ao Fed (o BC dos EUA) autorização para se tornar holding financeira, deixando de ser somente banco de investimento e
passando a ser também instituição comercial, apta a captar
depósitos, por exemplo. Com
essa mudança, os dois passaram a ter fontes de financiamento mais estáveis por meio
do Fed, tornando-os mais atrativos para os investidores no
momento de crise.
Já a AIG, a maior seguradora
mundial, confirmou ontem que
chegou a um acordo definitivo
com o BC dos EUA para receber
o empréstimo de US$ 85 bilhões em troca de 79,9% da empresa. Nos últimos dias, grandes acionistas buscavam alternativas para não deixar a seguradora nas mãos do governo,
que decidiu emprestar o dinheiro, depois que a empresa
parecia rumar à concordata.
"A AIG fez um esforço exaustivo para resolver suas necessidades de liquidez por meio de
financiamento pelo setor privado, mas não conseguiu em
meio ao atual ambiente. O instrumento [do Fed] foi a melhor
alternativa", disse, em nota,
Edward Liddy, o novo presidente-executivo da AIG.
O Washington Mutual, outra
instituição que foi abalada pela
crise, teve a sua nota reduzida
pela segunda vez em dez dias
pela agência de classificação de
risco Standard & Poor's, que
afirmou que a provável venda
do banco deverá ser feita em fatias. As ações do Washington
Mutual caíram 29,38% ontem.
O Fed anunciou ontem a ampliação da ação coordenada
com BCs do mundo para injetar
liquidez nos mercados, incluindo agora os bancos centrais de
Austrália, Suécia, Noruega e
Dinamarca, que têm disponíveis US$ 30 bilhões para emprestarem a bancos.
Na semana passada, o BC dos
EUA já tinha colocado mais
US$ 180 bilhões à disposição
dos bancos centrais do Japão,
da zona do euro, do Reino Unido, do Canadá e da Suíça.
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