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Bancários prometem ampliar greve hoje
Paralisação atingiu 2.881 locais de trabalho, diz sindicato; Febraban não divulga adesão, mas contesta dados
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Bancários de 2.881 agências e
locais de trabalho de 27 Estados e do Distrito Federal entraram em greve ontem, segundo a
Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), ligada à CUT.
A paralisação deve se ampliar, de acordo com entidade,
que representa cerca de 420
mil dos 450 mil bancários em
campanha salarial no Brasil.
O número de trabalhadores
que paralisaram as atividades
nas 106 regiões do país em que
a greve foi aprovada anteontem
não foi divulgado pelos dirigentes. Em São Paulo, o sindicato
da categoria estimou que a adesão à greve foi de 29 mil dos 134
mil bancários da capital e região, em 679 locais de trabalho,
incluindo agências, centros administrativos e operacionais.
A Febraban (federação dos
bancos) não sabe informar
quantos trabalhadores aderiram ao primeiro dia da greve,
mas considera que a adesão não
foi expressiva devido ao baixo
número de reclamações. "Isso
prova que a paralisação não
prejudicou o trabalho nas cerca
de 20 mil agências e nos 15 mil
postos de atendimento no Brasil. Acho exagero dizer que a
greve afetou 15% dos locais de
trabalho", afirma Magnus
Apostólico, da Febraban.
Agências foram parcialmente afetadas e voltaram a funcionar ontem à tarde, segundo ele.
"Nossa maior preocupação é
com o pagamento dos aposentados, que se inicia na sexta
[hoje] e vai até o quinto dia útil
de outubro."
Carlos Cordeiro, presidente
da Contraf-CUT, rebate: "Nosso objetivo não é prejudicar
nem os aposentados nem os
clientes. Mas a categoria quer
aumento real e uma participação nos lucros maior. O setor
tem condições de atender o pedido com os lucros obtidos, resultado da receita de prestação
de serviços e tarifas cobradas.
Somente no primeiro semestre, os bancos lucraram R$ 19,3
bilhões, segundo o BC."
A greve atingiu bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa) e
privados (principalmente Bradesco, Itaú Unibanco e Santander-Real). A categoria quer 10%
de reajuste e PLR no valor de
três salários mais R$ 3.850 fixos. Os bancos ofereceram
4,5% de reajuste (para repor a
inflação) e PLR calculado em
duas partes -a primeira de 1,5
salário com teto de R$ 10 mil e
4% do lucro líquido deste ano.
E a segunda, de 1,5% do lucro líquido, distribuído entre os empregados, com teto de R$ 1.500.
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