São Paulo, sexta-feira, 25 de setembro de 2009

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Após tombo, setor de máquinas cresce 18% em agosto

Na comparação com 2008, no entanto, queda acumulada entre janeiro e agosto chega a 22,3%

DANILO VILELA BANDEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar de contabilizar perdas de 22,3% no faturamento do ano, a indústria de máquinas e equipamentos, termômetro da saúde econômica do país, dá sinais de que voltou a crescer. O faturamento do setor foi de R$ 6,04 bilhões em agosto, alta real de 18% na comparação com julho, segundo dados da Abimaq (Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos).
O resultado leva o faturamento de volta aos níveis de dezembro de 2008 e para longe dos R$ 3,99 bilhões de janeiro deste ano, nível mais baixo do setor em 24 meses.
Representantes das indústrias afirmam ainda que agosto foi o primeiro mês desde outubro de 2008 em que o saldo de contratações e demissões foi positivo, com a incorporação de 850 novos funcionários (em um universo de 231 mil; antes da crise, eram 250 mil).
Embora o governo tenha anunciado em julho uma linha de crédito para a aquisição de máquinas que, de acordo com a Abimaq, totaliza R$ 12 bilhões, Carlos Pastoriza, diretor-secretário da organização, diz que o crescimento registrado em agosto não pode ser atribuído aos financiamentos.
"Não deu tempo de se sentirem os efeitos do crédito. Por isso, a expectativa para os próximos meses é otimista, especialmente porque a linha só vale até o fim do ano, então deve haver muitos pedidos", diz.

Pré-sal
Outro fator que anima o setor é a demanda por máquinas que deve ser gerada pela exploração do pré-sal. Ressalvando que se trata de cálculos "grosseiros", baseados nos US$ 200 bilhões que o governo estima serem necessários para a extração do óleo, Pastoriza crê que as novas reservas possam gerar um dispêndio de até US$ 30 bilhões em equipamentos nacionais em um período de dez anos, ou 72% do faturamento do setor em 2008.
A Abimaq apresentou, por meio do deputado Rodrigo Loures (PMDB-PR), duas emendas ao projeto do marco regulatório do pré-sal, atualmente em tramitação no Congresso. A primeira propõe um bônus de 30% nas restituições concedidas às operadoras que utilizarem equipamentos nacionais na exploração; a segunda isenta de tributos os investimentos no setor.


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