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Após tombo, setor de máquinas cresce 18% em agosto
Na comparação com 2008, no entanto, queda acumulada entre janeiro e agosto chega a 22,3%
DANILO VILELA BANDEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar de contabilizar perdas de 22,3% no faturamento
do ano, a indústria de máquinas
e equipamentos, termômetro
da saúde econômica do país, dá
sinais de que voltou a crescer. O
faturamento do setor foi de R$
6,04 bilhões em agosto, alta
real de 18% na comparação
com julho, segundo dados da
Abimaq (Associação Brasileira
de Indústria de Máquinas e
Equipamentos).
O resultado leva o faturamento de volta aos níveis de dezembro de 2008 e para longe
dos R$ 3,99 bilhões de janeiro
deste ano, nível mais baixo do
setor em 24 meses.
Representantes das indústrias afirmam ainda que agosto
foi o primeiro mês desde outubro de 2008 em que o saldo de
contratações e demissões foi
positivo, com a incorporação de
850 novos funcionários (em
um universo de 231 mil; antes
da crise, eram 250 mil).
Embora o governo tenha
anunciado em julho uma linha
de crédito para a aquisição de
máquinas que, de acordo com a
Abimaq, totaliza R$ 12 bilhões,
Carlos Pastoriza, diretor-secretário da organização, diz que o
crescimento registrado em
agosto não pode ser atribuído
aos financiamentos.
"Não deu tempo de se sentirem os efeitos do crédito. Por
isso, a expectativa para os próximos meses é otimista, especialmente porque a linha só vale até o fim do ano, então deve
haver muitos pedidos", diz.
Pré-sal
Outro fator que anima o setor é a demanda por máquinas
que deve ser gerada pela exploração do pré-sal. Ressalvando
que se trata de cálculos "grosseiros", baseados nos US$ 200
bilhões que o governo estima
serem necessários para a extração do óleo, Pastoriza crê que as
novas reservas possam gerar
um dispêndio de até US$ 30 bilhões em equipamentos nacionais em um período de dez
anos, ou 72% do faturamento
do setor em 2008.
A Abimaq apresentou, por
meio do deputado Rodrigo
Loures (PMDB-PR), duas
emendas ao projeto do marco
regulatório do pré-sal, atualmente em tramitação no Congresso. A primeira propõe um
bônus de 30% nas restituições
concedidas às operadoras que
utilizarem equipamentos nacionais na exploração; a segunda isenta de tributos os investimentos no setor.
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