São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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TRANSE

Indicadores se recuperam na semana que antecede as eleições; tendência também ocorreu às vésperas do 1º turno

Dólar e risco dão trégua na boca-de-urna

ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL

Assim como nos dias que antecederam o primeiro turno das eleições, os indicadores financeiros brasileiros deverão encerrar a semana com boa recuperação.
O dólar ontem caiu 2,81% e encerrou o dia a R$ 3,80.
O risco-país brasileiro, calculado pelo banco JP Morgan, também registrou nova queda. O indicador fechou ontem aos 1.826 pontos, em baixa de 2,66%.
De sexta-feira até ontem, a queda do dólar é de 1,8%, e a do risco Brasil, de 6,45%.
Na semana que antecedeu o primeiro turno das eleições, a moeda americana teve baixa acumulada de 6,7%; o indicador do JP Morgan caiu 19,64% e a Bovespa subiu 6,24%. Nesta semana a Bolsa paulista acumula alta de 8,6%.
O comportamento reflete o funcionamento do mercado financeiro. Os ativos costumam reagir aos rumores de notícias antes que elas se concretizem -e mesmo que elas não se concretizem.
Às vésperas do primeiro turno, a melhora dos indicadores se deveu ao fato de que o mercado teria exagerado na alta nos dias anteriores, esperando um uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem a necessidade de um segundo turno. Depois de ter notado a viabilidade da continuidade da disputa entre Lula e José Serra (PSDB), investidores reduziram as pressões de alta.
Nesta semana, o discurso entre os operadores do mercado é que uma provável vitória de Lula já teria sido aceita pelos investidores. Ao passar a trabalhar fortemente com essa hipótese, o mercado passou a concentrar suas atenções sobre possíveis nomes e diretrizes de um governo petista.
As sinalizações que os investidores conseguiram absorver vieram ao encontro de seus anseios.
Houve compromisso com o ajuste fiscal e com o incentivo ao mercado acionário doméstico. PT e Bovespa divulgaram um documento conjunto ressaltando a importância da Bolsa para o desenvolvimento econômico.
"O mercado caiu na real e percebeu que um governo Lula não fará loucuras ou adotará medidas radicais", diz Luiz Antonio Vaz das Neves, da corretora Planner.
Uma boa sinalização vinda do exterior também contribuiu para o bom humor de ontem. O banco de investimentos norte-americano Salomon Smith Barney elevou sua recomendação de compra para ações brasileiras.


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