|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRANSE
Indicadores se recuperam na semana que antecede as eleições; tendência também ocorreu às vésperas do 1º turno
Dólar e risco dão trégua na boca-de-urna
ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL
Assim como nos dias que antecederam o primeiro turno das
eleições, os indicadores financeiros brasileiros deverão encerrar a
semana com boa recuperação.
O dólar ontem caiu 2,81% e encerrou o dia a R$ 3,80.
O risco-país brasileiro, calculado pelo banco JP Morgan, também registrou nova queda. O indicador fechou ontem aos 1.826
pontos, em baixa de 2,66%.
De sexta-feira até ontem, a queda do dólar é de 1,8%, e a do risco
Brasil, de 6,45%.
Na semana que antecedeu o primeiro turno das eleições, a moeda
americana teve baixa acumulada
de 6,7%; o indicador do JP Morgan caiu 19,64% e a Bovespa subiu
6,24%. Nesta semana a Bolsa paulista acumula alta de 8,6%.
O comportamento reflete o funcionamento do mercado financeiro. Os ativos costumam reagir
aos rumores de notícias antes que
elas se concretizem -e mesmo
que elas não se concretizem.
Às vésperas do primeiro turno,
a melhora dos indicadores se deveu ao fato de que o mercado teria
exagerado na alta nos dias anteriores, esperando um uma vitória
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
sem a necessidade de um segundo
turno. Depois de ter notado a viabilidade da continuidade da disputa entre Lula e José Serra
(PSDB), investidores reduziram
as pressões de alta.
Nesta semana, o discurso entre
os operadores do mercado é que
uma provável vitória de Lula já teria sido aceita pelos investidores.
Ao passar a trabalhar fortemente
com essa hipótese, o mercado
passou a concentrar suas atenções
sobre possíveis nomes e diretrizes
de um governo petista.
As sinalizações que os investidores conseguiram absorver vieram ao encontro de seus anseios.
Houve compromisso com o
ajuste fiscal e com o incentivo ao
mercado acionário doméstico. PT
e Bovespa divulgaram um documento conjunto ressaltando a importância da Bolsa para o desenvolvimento econômico.
"O mercado caiu na real e percebeu que um governo Lula não
fará loucuras ou adotará medidas
radicais", diz Luiz Antonio Vaz
das Neves, da corretora Planner.
Uma boa sinalização vinda do
exterior também contribuiu para
o bom humor de ontem. O banco
de investimentos norte-americano Salomon Smith Barney elevou
sua recomendação de compra para ações brasileiras.
Texto Anterior: Luís Nassif: A crise vem de fora Próximo Texto: Saídas pela CC-5 já somam US$ 8 bi Índice
|