São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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BC projeta rombo US$ 3 bi menor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pelo terceiro mês seguido, o Banco Central divulgou novas projeções para as contas externas deste ano. Nas contas da instituição, o déficit em transações correntes -um dos principais indicadores da vulnerabilidade externa do país- deve ficar em US$ 11 bilhões, contra US$ 14 bilhões esperados até o mês passado.
As projeções referentes ao ingresso de investimento estrangeiro direto também foram revistas. A estimativa passou de US$ 15 bilhões para US$ 16 bilhões.
Diferentemente do que ocorreu nos dois meses anteriores, ontem o BC organizou uma entrevista coletiva na sua sede, em Brasília, especialmente para anunciar as novas projeções. Em geral, as estimativas são divulgadas por técnicos da instituição com outros números do balanço de pagamentos do país.
Ontem, coube ao diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, a tarefa de anunciar os novos números. De acordo com ele, o maior cuidado na divulgação das projeções tem o objetivo de "ressaltar" o ajuste ocorrido recentemente nas contas externas, com uma forte redução do déficit em transações correntes.
"Queremos deixar claro que o ajuste nas contas externas é bastante relevante. E isso é importante na recuperação da confiança", afirmou Goldfajn. Há duas semanas, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, já havia afirmado que o Brasil passa por uma "crise de confiança", o que se refletia em maior nervosismo no mercado financeiro.

Confiança
Goldfajn afirmou ainda que, durante os encontros mantidos por membros da diretoria do Banco Central com investidores estrangeiros, os números das contas externas brasileiras são usados para tentar recuperar a confiança do mercado internacional. "Devagarinho, isso [a melhora no balanço de pagamentos] está sendo percebido."
Em 2001, o déficit em transações correntes ficou em US$ 23,2 bilhões, o equivalente a 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Para este ano, espera-se uma redução para US$ 11 bilhões (2,42% do PIB), graças à melhora no superávit da balança comercial, que pulou de US$ 2,6 bilhões em 2001 para cerca de US$ 11 bilhões em 2002.

2003 ainda melhor
Para o ano que vem, espera-se uma melhora ainda maior nos números. O déficit em transações correntes projetado para 2003 está em US$ 8,96 bilhões, o que equivale a 1,86% do PIB.
Quanto menor o déficit, menos dólares o Brasil precisa atrair na forma de investimentos ou de empréstimos para equilibrar seu balanço de pagamentos.


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