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BC projeta rombo US$ 3 bi menor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pelo terceiro mês seguido, o
Banco Central divulgou novas
projeções para as contas externas
deste ano. Nas contas da instituição, o déficit em transações correntes -um dos principais indicadores da vulnerabilidade externa do país- deve ficar em US$ 11
bilhões, contra US$ 14 bilhões esperados até o mês passado.
As projeções referentes ao ingresso de investimento estrangeiro direto também foram revistas.
A estimativa passou de US$ 15 bilhões para US$ 16 bilhões.
Diferentemente do que ocorreu
nos dois meses anteriores, ontem
o BC organizou uma entrevista
coletiva na sua sede, em Brasília,
especialmente para anunciar as
novas projeções. Em geral, as estimativas são divulgadas por técnicos da instituição com outros números do balanço de pagamentos
do país.
Ontem, coube ao diretor de Política Econômica do BC, Ilan
Goldfajn, a tarefa de anunciar os
novos números. De acordo com
ele, o maior cuidado na divulgação das projeções tem o objetivo
de "ressaltar" o ajuste ocorrido
recentemente nas contas externas, com uma forte redução do
déficit em transações correntes.
"Queremos deixar claro que o
ajuste nas contas externas é bastante relevante. E isso é importante na recuperação da confiança",
afirmou Goldfajn. Há duas semanas, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, já havia afirmado que o Brasil passa por uma
"crise de confiança", o que se refletia em maior nervosismo no
mercado financeiro.
Confiança
Goldfajn afirmou ainda que, durante os encontros mantidos por
membros da diretoria do Banco
Central com investidores estrangeiros, os números das contas externas brasileiras são usados para
tentar recuperar a confiança do
mercado internacional. "Devagarinho, isso [a melhora no balanço
de pagamentos] está sendo percebido."
Em 2001, o déficit em transações
correntes ficou em US$ 23,2 bilhões, o equivalente a 4,6% do PIB
(Produto Interno Bruto). Para este ano, espera-se uma redução para US$ 11 bilhões (2,42% do PIB),
graças à melhora no superávit da
balança comercial, que pulou de
US$ 2,6 bilhões em 2001 para cerca de US$ 11 bilhões em 2002.
2003 ainda melhor
Para o ano que vem, espera-se
uma melhora ainda maior nos
números. O déficit em transações
correntes projetado para 2003 está em US$ 8,96 bilhões, o que
equivale a 1,86% do PIB.
Quanto menor o déficit, menos
dólares o Brasil precisa atrair na
forma de investimentos ou de
empréstimos para equilibrar seu
balanço de pagamentos.
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