São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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Eleitores brasileiros crêem em retorno da inflação e economia pior, diz Datafolha

DA REDAÇÃO

Eleitores de cinco das principais capitais brasileiras -São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre- estão pessimistas com relação à inflação. Para 55%, ela voltará a crescer, de acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 21 e 22 de outubro.
Após mais de um mês de estragos globais de uma crise tida como a pior desde a de 1929 -recordes de baixa nas Bolsas, instituições indo à breca, dólar em alta, intervenções do Banco Central e incertezas sobre a real conseqüência da turbulência para o país-, a desconfiança em relação à economia atingiu o eleitorado brasileiro.
Foram entrevistados, ao todo, 6.245 eleitores com 16 anos ou mais. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Para 30% dos entrevistados, a situação econômica do país vai piorar, e 26% crêem em melhora. O pessimismo, porém, é barrado ante perspectivas pessoais. Sobre a sua própria situação econômica, 45% dizem que vai melhorar, e só 14% acham que terão uma vida financeira pior daqui para a frente.
Os eleitores de Porto Alegre são os mais pessimistas em ambas as situações: 36% acreditam numa melhoria pessoal, 19% acham que a situação pessoal vai piorar e 21% acreditam na melhora do país. Os habitantes da capital gaúcha também não têm boa expectativa sobre inflação, desemprego e poder de compra: 63% acreditam que haverá alta da inflação, e enquanto, na média, 46% dos eleitores brasileiros vêem mais desemprego, ali o índice é de 53%.
Quando a questão é o aumento do poder de compra, apenas 19% dos porto-alegrenses levam em conta essa possibilidade, contra 25% na média.
Os eleitores de Salvador, por sua vez, encontram-se em outro extremo: para 37%, o poder de compra vai aumentar. São os soteropolitanos também os mais otimistas com relação à sua própria situação econômica e à do país. Para 35%, a situação do país vai melhorar, e, quanto ao próprio bolso, o índice de otimismo atinge 58%.

São Paulo e Rio
Em São Paulo e no Rio, o pessimismo aumentou diante de dados de novembro do ano passado. Para 53% dos eleitores paulistanos, a inflação vai subir -em novembro de 2007, 46% tinham a mesma opinião. Entre os cariocas, a expectativa de alta foi de 45% para 56%.
A perspectiva mais negativa está concentrada entre os paulistanos mais escolarizados e simpatizantes do PSDB (60%) e entre os cariocas com renda familiar de cinco a dez salários mínimos (61%), simpatizantes do PDT (63%) e do PV (67%).
Comparando-se as intenções de voto, os eleitores de Gilberto Kassab (DEM), em São Paulo, e de Fernando Gabeira (PV), no Rio, são mais pessimistas. Entre os que apóiam Kassab, 48% acham que o desemprego vai aumentar -o percentual é de 40% entre eleitores de Marta Suplicy (PT). Entre eleitores de Gabeira, 43% acham que o poder de compra cairá -o índice é de 31% entre os que apóiam Eduardo Paes (PMDB).
Mas a maior taxa de pessimismo fica mesmo entre eleitores que declaram voto nulo ou em branco. Para 65% desses eleitores em São Paulo, o desemprego vai crescer, contra 53% da média na capital. Além disso 56% acreditam num aumento do desemprego, enquanto a média fica em 45%.
No Rio, 66% dos eleitores que declaram voto em branco ou nulo prevêem alta da inflação -a média é de 56%-, e 58% acham que o desemprego vai aumentar-são 46% na média.


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