São Paulo, domingo, 25 de outubro de 2009

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Quatro Estados constroem rede de serviço para fugir das teles

DA SUCURSAL DO RIO

Enquanto o governo federal discute se constrói uma rede pública de banda larga, pelo menos quatro Estados -Ceará, Pará, Santa Catarina e Paraná- já tomaram esse caminho e dizem ter obtido grande economia de custo em relação aos valores cobrados pelas empresas de telefonia.
A rede do Ceará terá 2.500 quilômetros km de extensão, em fibra ótica, e cobrirá 82 municípios, a um custo de R$ 60 milhões. Conectará todas as escolas, os hospitais, os postos de saúde, as delegacias e os órgãos da administração.
O governo fará uma licitação para escolher três empresas que usarão a estrutura para oferecer o serviço de banda larga à população.
Segundo o presidente da Empresa de Tecnologia do Ceará, Fernando Carvalho, outros Estados devem seguir esse caminho, que foi uma reação ao alto preço do serviço privado e à dificuldade de acesso à internet no interior. "As teles começam a perceber que não têm como barrar essa onda", afirmou.
No Pará, está em implantação um projeto de R$ 40 milhões para levar a internet em banda larga a todo o Estado.
O "Navega Pará" utiliza 1.800 quilômetros de fibras óticas existentes na rede de alta transmissão da Eletronorte.
Segundo o presidente da Prodepa (Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará), Carlos Renato Lisboa Francês, o projeto já está implantado na capital e em mais 15 cidades e continua em expansão. Interliga escolas, polícia, rede de saúde e administração. Ele diz que a rede chegou a alguns municípios antes do celular, e o governo abriu o sinal para a população acessar a internet (por rede sem fio, wi-fi) em locais públicos. A expansão para a ilha de Marajó será feita em parceria com a Vale, que tem fibras ociosas em seu mineroduto.
"O setor privado deve ser atendido pelas operadoras privadas, mas não faz sentido o poder público contratar o serviço das teles existindo redes de cabo ociosas nas estatais", afirma Francês.
Em Santa Catarina, o governo optou por um modelo híbrido: construiu uma rede própria de fibra ótica com 400 quilômetros de extensão que cobre as principais regiões metropolitanas e contrata links da Oi para chegar ao resto do Estado.
A rede é usada para transmissão de dados, mas o Estado está fazendo uma licitação para comprar centrais telefônicas e para fazer ligações telefônicas via internet.
Segundo o vice-presidente do Centro de Informática e Automação do Estado, Eduardo Reis, o governo gastava R$ 80 milhões por ano com comunicação antes de iniciar o projeto. Agora, espera reduzir os custos em 50%. No Paraná, a comunicação é feita pela rede da Copel (estatal de energia e telecomunicações). (EL)


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