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Quatro Estados constroem rede de serviço para fugir das teles
DA SUCURSAL DO RIO
Enquanto o governo federal
discute se constrói uma rede
pública de banda larga, pelo
menos quatro Estados -Ceará,
Pará, Santa Catarina e Paraná-
já tomaram esse caminho e dizem ter obtido grande economia de custo em relação aos valores cobrados pelas empresas
de telefonia.
A rede do Ceará terá 2.500
quilômetros km de extensão,
em fibra ótica, e cobrirá 82 municípios, a um custo de R$ 60
milhões. Conectará todas as escolas, os hospitais, os postos de
saúde, as delegacias e os órgãos
da administração.
O governo fará uma licitação
para escolher três empresas
que usarão a estrutura para
oferecer o serviço de banda larga à população.
Segundo o presidente da Empresa de Tecnologia do Ceará,
Fernando Carvalho, outros Estados devem seguir esse caminho, que foi uma reação ao alto
preço do serviço privado e à dificuldade de acesso à internet
no interior. "As teles começam
a perceber que não têm como
barrar essa onda", afirmou.
No Pará, está em implantação um projeto de R$ 40 milhões para levar a internet em
banda larga a todo o Estado.
O "Navega Pará" utiliza 1.800
quilômetros de fibras óticas
existentes na rede de alta transmissão da Eletronorte.
Segundo o presidente da Prodepa (Empresa de Processamento de Dados do Estado do
Pará), Carlos Renato Lisboa
Francês, o projeto já está implantado na capital e em mais
15 cidades e continua em expansão. Interliga escolas, polícia, rede de saúde e administração. Ele diz que a rede chegou a
alguns municípios antes do celular, e o governo abriu o sinal
para a população acessar
a internet (por rede sem fio,
wi-fi) em locais públicos. A expansão para a ilha de Marajó
será feita em parceria com a
Vale, que tem fibras ociosas em
seu mineroduto.
"O setor privado deve ser
atendido pelas operadoras privadas, mas não faz sentido o poder público contratar o serviço
das teles existindo redes de cabo ociosas nas estatais", afirma
Francês.
Em Santa Catarina, o governo optou por um modelo híbrido: construiu uma rede própria
de fibra ótica com 400 quilômetros de extensão que cobre
as principais regiões metropolitanas e contrata links da Oi
para chegar ao resto do Estado.
A rede é usada para transmissão de dados, mas o Estado está
fazendo uma licitação para
comprar centrais telefônicas e
para fazer ligações telefônicas
via internet.
Segundo o vice-presidente
do Centro de Informática e Automação do Estado, Eduardo
Reis, o governo gastava R$ 80
milhões por ano com comunicação antes de iniciar o projeto.
Agora, espera reduzir os custos
em 50%. No Paraná, a comunicação é feita pela rede da Copel
(estatal de energia e telecomunicações).
(EL)
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