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São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2003

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AFOGANDO EM NÚMEROS

Piva diz que ainda tem dúvidas sobre crescimento

Fiesp questiona se expansão será sustentável em 2004

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp, principal entidade do setor industrial que agrega 129 sindicatos patronais em São Paulo, disse ontem que tem dúvidas a respeito da possibilidade de que a expansão nas atividades industriais, verificada neste trimestre, se mantenha em 2004.
"Eu tendo a acreditar que 2004 será um ano melhor. Não garanto, porém, a sustentabilidade deste crescimento e tenho dúvidas se daqui a um ano nós estaremos com o mesmo resultado", afirmou Piva ontem, durante evento que contou com a presença de 121 empresários e presidentes de empresas, em São Paulo.
Na avaliação dele, a indústria está passando por um momento de renovação de estoques para atender as encomendas do final do ano -que estão até 20% superiores às do ano passado em vários setores- e a atividade industrial tende mesmo a crescer agora.
No entanto haverá uma freada no ritmo de produção no início do próximo ano -como historicamente ocorre-, quando as empresas deverão tomar as decisões de investimento industrial para 2004, explicou Piva.
"Há ainda um pouco de dúvida nos conselhos de administração das empresas sobre essa questão [de investimentos". Mas essa é uma decisão que deve começar a acontecer apenas no início do próximo ano", explicou.
Na sua avaliação, essas decisões dependem de uma queda nas taxas de juros. "Acreditamos que deveremos fechar o ano com uma taxa básica de juros ao redor de 16%", afirmou ele.
Isso quer dizer que a Fiesp acredita que o Copom (Comitê de Política Monetária) manterá o mesmo ritmo de queda na taxa promovido na semana passada, quando o governo determinou uma redução de 1,5 ponto percentual e o juro (Selic) passou de 19% ao ano para 17,5% ao ano.
Para atingir os 16%, portanto, será preciso uma nova redução - e de um ponto e meio- na reunião do Copom no próximo mês.
Para o início do ano, os contratos futuros de juros projetam taxas em torno de 16,5% ao ano.
Durante o evento ontem, com industriais em São Paulo -promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais)-, foi realizado uma pesquisa sobre os humores do empresariado para 2004. Presentes no evento estavam o presidente da Nívea, Paulo Zottolo, o presidente da HP, Carlos Ribeiro, o presidente da Vivo, Francisco Padinha, além de outros executivos de companhias.

Otimismo
Entre os 121 empresários ouvidos na pesquisa realizada no evento, 73% acreditam que será melhor a situação de negócios de suas empresas em 2004 do que em 2003. Outros 19% estimam cenário semelhante, e 8% acham que será um ano pior.


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