|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Não haverá "bolha", diz Meirelles
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, afirmou que
o Brasil está em ""uma rota de
crescimento sustentável" e que
não experimenta uma ""bolha".
""As medidas adotadas pelo governo caminham na direção correta. O sucesso da política monetária e da política econômica já
deu condições para a retomada
do crescimento. O Brasil está em
uma rota de crescimento sustentável", disse Meirelles. Para, depois, completar: ""Teremos os resultados nos próximos meses.
Não viveremos uma bolha de
crescimento".
Segundo o presidente do BC, a
partir dessa premissa, a ""grande
discussão" será sobre a dimensão
da taxa de crescimento nos ""anos
futuros". ""Para tal [maior expansão do PIB", é importante a retomada dos investimentos, e o governo tem anunciado as medidas
para que isso aconteça", disse.
Meirelles havia enumerado, em
seu discurso, como medidas, o
anúncio do projeto de PPPs (parcerias público-privadas), a nova
Lei de Falências e o estabelecimento de marcos regulatórios em
setores como o de energia. ""Em
conjunto com a reforma tributária, essas medidas devem representar impulso fundamental para
o crescimento econômico e para a
redução do risco-país", disse.
Argumentou que a economia
brasileira tem condições para
crescer mais de 3% no ano que
vem. ""Há muitos anos o Brasil
não reunia condições tão favoráveis para ingressar em processo
sólido de crescimento sem gerar
desequilíbrio nas contas externas
ou pressões inflacionárias."
Indagado se o BC poderia rever
sua estimativa de crescimento para 2004, respondeu: ""Em seu devido tempo, anunciaremos nossa
última previsão", mas sem fazer
previsões.
Meirelles fez coro ao comportamento do ministro da Fazenda,
Antonio Palocci Filho, que, em
encontro com o presidente Lula,
no sábado, ratificara que o aperto
fiscal será mantido em 2004. ""O
superávit de 4,25% foi uma decisão de governo, necessária para
reverter a tendência crescente na
trajetória da dívida pública."
Em suas palavras, a manutenção de superávit primário (receitas menos despesas, exceto os gastos com juros) ""neste e nos próximos anos" aparece como fundamental para evitar ""o círculo vicioso de uma profecia auto-realizável, em que o aumento descontrolado da dívida leva à moratória
ou à reestruturação". ""Não se trata aqui de medidas impostas por
forças alienígenas. Mas de uma
medida correta adotada por um
governo responsável."
Texto Anterior: Fiesp questiona se expansão será sustentável em 2004 Próximo Texto: Frase Índice
|