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São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2003

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Não haverá "bolha", diz Meirelles

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil está em ""uma rota de crescimento sustentável" e que não experimenta uma ""bolha".
""As medidas adotadas pelo governo caminham na direção correta. O sucesso da política monetária e da política econômica já deu condições para a retomada do crescimento. O Brasil está em uma rota de crescimento sustentável", disse Meirelles. Para, depois, completar: ""Teremos os resultados nos próximos meses. Não viveremos uma bolha de crescimento".
Segundo o presidente do BC, a partir dessa premissa, a ""grande discussão" será sobre a dimensão da taxa de crescimento nos ""anos futuros". ""Para tal [maior expansão do PIB", é importante a retomada dos investimentos, e o governo tem anunciado as medidas para que isso aconteça", disse.
Meirelles havia enumerado, em seu discurso, como medidas, o anúncio do projeto de PPPs (parcerias público-privadas), a nova Lei de Falências e o estabelecimento de marcos regulatórios em setores como o de energia. ""Em conjunto com a reforma tributária, essas medidas devem representar impulso fundamental para o crescimento econômico e para a redução do risco-país", disse.
Argumentou que a economia brasileira tem condições para crescer mais de 3% no ano que vem. ""Há muitos anos o Brasil não reunia condições tão favoráveis para ingressar em processo sólido de crescimento sem gerar desequilíbrio nas contas externas ou pressões inflacionárias."
Indagado se o BC poderia rever sua estimativa de crescimento para 2004, respondeu: ""Em seu devido tempo, anunciaremos nossa última previsão", mas sem fazer previsões.
Meirelles fez coro ao comportamento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, que, em encontro com o presidente Lula, no sábado, ratificara que o aperto fiscal será mantido em 2004. ""O superávit de 4,25% foi uma decisão de governo, necessária para reverter a tendência crescente na trajetória da dívida pública."
Em suas palavras, a manutenção de superávit primário (receitas menos despesas, exceto os gastos com juros) ""neste e nos próximos anos" aparece como fundamental para evitar ""o círculo vicioso de uma profecia auto-realizável, em que o aumento descontrolado da dívida leva à moratória ou à reestruturação". ""Não se trata aqui de medidas impostas por forças alienígenas. Mas de uma medida correta adotada por um governo responsável."


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