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São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2003

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RETOMADA?

Venda crescerá em dezembro, mas ano fechará no vermelho, diz consultoria

Natal não salva comércio em 2003

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas do comércio varejista devem crescer 1,8% em dezembro em relação ao mesmo mês do ano anterior -a primeira alta para o período desde 2000, segundo projeção da Global Invest. O ânimo natalino, porém, não salvará o comércio de fechar 2003 no vermelho: será o terceiro ano consecutivo de queda de vendas.
Segundo projeção da consultoria, as vendas no varejo deverão cair 3,9% neste ano -o maior recuo em três anos. "Esse é o cenário mais provável, pois não houve recuperação da renda e do emprego", diz Alexsandro Agostini Barbosa, da Global Invest.
Esses dois indicadores estão em queda desde 1997 e são fundamentais para o desempenho do comércio. "Sempre que a massa de salários [constituída pela multiplicação do número de pessoas ocupadas pelo rendimento médio real dos trabalhadores" cresceu, o PIB do comércio acompanhou."
Na opinião do economista, só a partir do segundo semestre do ano que vem deverá ocorrer uma recuperação consistente da renda e do nível do emprego. "Esses são os últimos indicadores que se recuperam após uma crise", diz.
As projeções da Global Invest estão em linha com as da Associação Comercial de São Paulo e da Fecomercio (Federal do Comércio do Estado de São Paulo). "O ano de 2003 já está perdido", diz Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial.
A projeção da entidade é uma alta de 2% no movimento do comércio da capital paulista em dezembro, mas o ano deverá fechar com queda de 2%. O recuo dos juros e o aumento dos prazos de pagamento deverão ajudar as vendas de Natal, segundo ele.
Já a Fecomercio vê com cautela as projeções de vendas para o Natal, segundo Fábio Pina, economista da entidade. "Se as categorias que têm reajustes salariais em novembro e dezembro conseguirem repor a inflação, as vendas de fim de ano poderão crescer até 2%", diz. Se isso ocorrer, o ano terminará com queda de vendas entre 1% e 2%, segundo Pina.


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