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Mercado Aberto
Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br
Pacote exige controle de gastos, diz Fazenda
O pacote de incentivo ao
crescimento anunciado por
Guido Mantega foi recebido
com ceticismo por economistas. Faltou o corte de gastos.
O economista Júlio Sérgio
Gomes de Almeida, secretário
de Política Econômica da Fazenda, diz que o plano de controle de despesas que está sendo elaborado será suficiente
para a execução do pacote.
Até agora, a única coisa que
foi anunciada em relação ao capítulo dos gastos correntes foi a
promessa de Mantega de que as
despesas em termos reais vão
ter um aumento inferior à expansão do PIB, que terá de
crescer 5%.
Gomes de Almeida afirma
que o problema das despesas
não é deste governo. Segundo
ele, há 12 anos os gastos vêm
crescendo a uma taxa superior
ao crescimento do PIB. Isso foi,
na sua opinião, o que levou ao
aumento da carga tributária.
Ele acha que, hoje, os gastos estão até mais controlados.
Ao reduzir o ritmo de crescimento das despesas, Gomes de
Almeida, que prefere usar a palavra "controle" em vez de "corte de gastos", diz que o país dará
um importante passo para
construir uma situação fiscal
mais sólida a longo prazo.
Em relação ao pacote, Gomes
de Almeida afirma que o mais
importante foi o fato de o governo ter demonstrado uma
determinação importante de
apoiar o investimento. Ele diz
que o custo do pacote pode ficar
entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões, mas que será distribuído
em dois anos.
O economista chama a atenção para o fato de que, neste
ano, o investimento deve crescer a uma taxa elevada, entre
6% e 7%. Segundo ele, o objetivo do pacote é fazer com que o
investimento cresça neste ritmo pelos próximos anos.
Se a economia cresceu a um
ritmo inferior ao desejado, a
culpa não foi do investimento.
De acordo com Gomes de Almeida, o crescimento do PIB
foi baixo porque alguns setores
da economia não tiveram um
bom desempenho, como os
segmentos ligados à agricultura, à indústria têxtil, ao vestuário, aos calçados, a móveis e à
madeira, entre outros.
Foco
Crise dos controladores
altera o movimento do comércio nos aeroportos
Se os passageiros ficaram revoltados com o caos provocado
pela operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo nos
últimos feriados, o mesmo não
ocorreu com os donos das lojas
dentro dos aeroportos.
O aumento do tempo de permanência dos passageiros fez
crescer o consumo, em praticamente todas as lojas. Quem
vendeu mais em meio às filas de
check-in foram as cafeterias, as
docerias e as lanchonetes. No
aeroporto de Congonhas, a Café Ritazza aumentou em 30%
as vendas nos dias de pico. A
Casa do Pão de Queijo chegou a
vender quase mil cafés a mais
em um único dia.
Já nas lojas de brinquedos, de
jóias, de roupas e de câmeras
fotográficas, vendedores dizem
que o movimento caiu. Segundo eles, a explicação estava no
estresse dos passageiros.
Segundo uma vendedora de
uma tabacaria, os clientes pediam dois maços de cigarro de
uma vez. Para um vendedor de
uma joalheria, o que rendeu
"foi a indústria do nervoso".
MARTELO NA MÃO
Será realizado, amanhã, a quinta edição do leilão de arte
da Fundação Abrinq, no Jockey Club de São Paulo. Neste
ano, serão vendidas 86 obras de 77 artistas. "Nossa expectativa é alcançar a faixa de R$ 250 mil, que serão revertidos, principalmente, para projetos que envolvam a primeira infância, crianças de até seis anos de idade", diz
Carlos Tilkian, presidente do conselho da fundação e da
Estrela. Entre os artistas que doaram obras, estão nomes
como Tomie Ohtake, Nelson Leirner e Regina Silveira.
SEGUNDO TURNO
Em janeiro, a empresária Mariângela Bordon volta ao
mercado quase três anos depois de vender a marca de cosméticos OX -feitos com tutano de boi, na fazenda do pai,
Geraldo Bordon, do setor frigorífico. Ela se prepara para
inaugurar, em São Paulo, uma loja própria para sua nova
marca, a EOS. O negócio atual já começa com 80 itens, ao
contrário da OX, que iniciou com apenas quatro. A nova linha exigiu muito mais trabalho, segundo a empresária. "Essa quantidade de produtos de uma vez só é muito grande,
mas não dava pra ser menos. A idéia era fazer uma loja pequena, de presentes, e foi ficando complexo." Ela também já
cogita a possibilidade de franquias.
INFRA-ESTRUTURA
Guido Mantega (Fazenda)
vai se reunir, na quarta, na
Abdib (SP), com empresários do setor de infra-estrutura para discutir o pacote
de "bondades". A Abdib vai
insistir em reduzir incertezas e custos (diretos e indiretos) ao investimento.
Também vai defender mais
força do governo na implementação de medidas para
consolidar a regulação. Fará
ainda defesa incisiva pelo
fortalecimento das agências
reguladoras, com mudanças
no projeto de lei que está no
Congresso atualmente.
INVESTIMENTO
No acumulado do ano, a
Caixa Econômica Federal
contratou R$ 1,3 bilhão para
investimento em saneamento. O banco espera contratar mais R$ 500 milhões
até o fim do ano. No total,
são R$ 5,2 bilhões contratados com o setor público.
BOVESPA NA SALA
Será inaugurada na segunda, pelo presidente da Bovespa, Raymundo Magliano
Filho, a sala 1A do prédio da
Direito GV, construída com
patrocínio da instituição.
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