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Em leilão, Aneel concede 14 linhas de transmissão
Investimento total previsto para os 2.250 km das concessões é de R$ 1,1 bilhão
Disputa era ganha por quem se dispusesse a receber a menor tarifa; deságio total é de 51% em relação ao teto previsto de R$ 203 mi/ano
DA SUCURSAL DO RIO
A Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) concedeu ontem, em leilão na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, a construção de 14 linhas de transmissão, com extensão de 2.250
km e investimentos previstos
de R$ 1,1 bilhão.
Pelo modelo do leilão, as
companhias que se dispusessem a faturar menos com tarifas e apresentassem as menores receitas anuais para cada lote venciam a disputa.
No total da oferta, a receita
com tarifas a ser auferida pelas
empresas a cada ano ficou em
R$ 99 milhões. Houve um deságio de 51,1% em relação ao teto
da receita tarifária prevista para todos os empreendimentos
-R$ 203 milhões.
O presidente da Aneel, Jerson Kelman, comemorou o resultado: "Foi um leilão muito
bem-sucedido. Foi muito positivo para o consumidor, ao assegurar o menor custo e o menor preço possível de tarifas".
Agrupadas em sete lotes, as
linhas ficaram, em sua maioria,
nas mãos de empresas espanholas, que arremataram as linhas mais longas e que demandam mais investimentos. A
Elecnor levou o lote A, no qual
estão as linhas que farão a interligação em 2008 dos Estados
do Acre e de Rondônia ao sistema elétrico nacional. A empresa ofereceu 51,01% menos do
que a tarifa anual máxima estipulada pela Aneel e receberá
anualmente R$ 33,7 milhões
em tarifas de transmissão.
O diretor-geral da Aneel ressaltou ainda a importância da
construção dessas linhas, que
permitirão o final da queima de
diesel no Acre e em Rondônia,
possibilitando a partir de 2008
uma economia anual de R$ 1,1
bilhão da CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), subsídio pago por todos os consumidores do país na conta de luz.
Ao todo, a CCC gera despesa
anual de R$ 4,5 bilhões.
Com deságio 58,22% (o
maior dos 12 leilões de linhas
de transmissão já realizados
pela Aneel), a também espanhola Cobra Instalaciones y
Servicios arrematou o lote B,
composto por linhas que ligam
Minas a Ribeirão Preto, em São
Paulo. Receberá anualmente
R$ 32,6 milhões. A Cobra levou
ainda o lote C, com uma linha
ligando Goiás, Minas e São Paulo. Propôs um deságio de
51,85% e arrecadará R$ 18,5 milhões em tarifas ao ano.
Elecnor e Cobra já atuam no
segmento de transmissão de
energia elétrica no Brasil.
O lote D também ficou com
uma estrangeira: a colombiana
ISA, que comprou a ex-estatal
paulista de transmissão Cteep,
arrematou uma linha em Minas Gerais com deságio de 40%.
A empresa receberá R$ 10,8 milhões ao ano em tarifas.
A Chesf foi a única estatal a
levar um lote. Ficou com uma
linha na Bahia. Sua proposta
prevê receita anual de R$ 3,8
milhões, com deságio de
57,06%.
A brasileira Alusa, que também tem forte atuação na área
de transmissão, venceu a concorrência para duas linhas. Ficou com uma no Espírito Santo, na qual fez proposta de receita de R$ 4,8 milhões, com
deságio de 35,28%, e outra no
Paraná -R$ 5,8 milhões, com
deságio de 33,62%.
No caso da linha no Paraná, o
contrato de concessão não poderá ser assinado até que a Justiça julgue o mérito de uma liminar impetrada pela estatal
Copel e pela Eletrosul.
(PEDRO SOARES)
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