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Crise eleva interesse por operação do Citi no Brasil
Presidente mundial do HSBC admite interesse por ativos do Citi em emergentes
Unidade brasileira funciona como banco independente e correntista não corre risco com eventuais problemas da matriz no exterior
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Lucrativo no Brasil, o Citibank não corre risco de contaminação por eventuais problemas da matriz no exterior, dizem analistas. A crise, porém,
pode levar o grupo a vender a
operação no Brasil, uma das
mais lucrativas e que interessa
em especial aos bancos que ainda não se engajaram em fusões
e aquisições recentes, como o
Bradesco e o britânico HSBC.
O Citi brasileiro é uma subsidiária integral do Citigroup,
que funciona como um banco
independente no país e submetido às regras do Banco Central.
Os correntistas brasileiros contam com as mesmas coberturas
de R$ 60 mil dadas pelo FGC
(Fundo Garantidor de Crédito)
aos demais bancos, sendo que
os grandes clientes ainda têm
seguros específicos de crédito.
Décimo maior banco no país,
o Citi teve lucro líquido de R$
896,1 milhões no primeiro semestre (divulgação mais recente) -resultado 120% maior do
que no mesmo período de
2007. Além de uma presença
importante no varejo de alta
renda, o banco agrega uma das
maiores carteiras de empresas.
Ontem, aumentaram os rumores de que o banco possa ser
vendido no Brasil -o Citi nega.
O presidente mundial do
HSBC, Stephen Green, afirmou
que não descarta comprar unidades do Citigroup após o socorro do governo americano.
"Temos uma estratégia clara de
desenvolver negócios com uma
atenção primordial aos mercados emergentes. E para a gente,
isso significa Ásia, Oriente Médio e América do Sul", disse
Green, durante congresso
anual dos bancos britânicos.
Entre os bancos nacionais, o
grande comprador seria o Bradesco. Visto como um dos mais
agressivos na política de aquisições, o Bradesco procura comprar um banco de porte para fazer frente à fusão Itaú-Unibanco. O Bradesco disse que não
comenta rumores de mercado.
Para o advogado Jairo Saddi,
especialista em direito bancário do Ibmec-SP, a venda das
operações do Citi no Brasil são
"favas contadas", mas o negócio
não deve sair antes de o mercado melhorar um pouco mais. O
banco ficou muito pequeno no
Brasil e, para crescer, precisaria
receber investimentos, o que é
inviável agora. "Se a situação
começasse a se deteriorar muito rapidamente, a primeira coisa que iriam vender é o Brasil. É
uma operação boa, deu muito
dinheiro e tem interessados. O
banco não é grande, o que também facilita uma venda. Talvez
não façam agora, porque estão
no olho do furacão, e não querem vender barato. Tudo é uma
questão de preço", disse.
Para João Augusto Salles, da
consultoria Lopes Filho, é improvável que a venda das operações no Brasil saia após o socorro do governo americano.
"Não vai fazer muita diferença
lá fora. Não faz muito sentido a
alienação aqui depois desse
plano de resgate. Mas tudo depende de preço", disse.
Além da venda, o Citi brasileiro pode ser obrigado a elevar
a remessa de dinheiro para a
matriz -sob a forma de lucros,
dividendos e royalties-, comprometendo a sua capacidade
de investimento.
Com agências internacionais
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