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Socorro ao Citi faz Bovespa subir 9,4%
Anúncio de equipe econômica de Obama e alta das commodities também animam investidor; no ano, Bolsa ainda tem perdas de 46,5%
Melhora do humor afeta
também o câmbio, e dólar
cai 5,41%, para R$ 2,325;
para analista, ainda não
houve reversão de tendência
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro iniciou
a semana em ritmo forte. A Bovespa teve um pregão de expressiva valorização: subiu
9,40%, embalada pela recuperação dos papéis de Petrobras,
Vale e bancos. O dólar se depreciou em 5,41%, vendido a R$
2,325 no fim das operações.
Os investidores se animaram
com o socorro do governo americano ao Citigroup. A alta do
petróleo, que se apreciou em
9,15% em Nova York, também
desempenhou papel relevante
nos pregões. Ontem, o mercado
também conheceu a equipe
econômica do presidente eleito
dos Estados Unidos, Barack
Obama.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones teve alta de 4,93%. Em
Frankfurt, a alta da Bolsa foi de
10,34%; Londres subiu 9,84%.
"Ainda é cedo para comemorar e agir como se o mercado estivesse entrado em uma nova
tendência. A volatilidade vai
continuar e nada garante que o
mercado não volte a piorar. A
recessão global ainda vai ter
grande impacto sobre os ativos
financeiros, que continuarão
reagindo aos dados econômicos", afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora.
Com as commodities em alta
no mercado internacional, as
companhias de maior peso do
índice Ibovespa terminaram o
pregão com forte valorização.
Além de Petrobras PN (ação
mais negociada da Bolsa), que
subiu 13,85%, destacaram-se
Vale PNA, com alta de 12,96%,
CSN ON (mais 16,25%) e Gerdau PN (mais 9,34%).
Bancos em alta
O setor bancário, que apesar
dos lucros elevados que tem
apresentado segue com grande
depreciação em suas ações,
também aproveitou a melhora
externa para respirar ontem.
Entre as maiores instituições
financeiras brasileiras, o papel
Unibanco UNT ficou no topo
dos ganhos do pregão, com valorização de 17,54%, seguido
por Itaú PN (que ganhou
15,85%), Bradesco PN (12,68%)
e Banco do Brasil ON (9,55%).
Na Bolsa de Nova York, os
papéis dos bancos foram os que
puxaram os ganhos no dia: Citigroup avançou 57,8%; Bank of
America ganhou 27,2%; e
JPMorgan Chase subiu 21,4%.
Com as muitas incertezas
que ainda rondam a economia
mundial, os analistas não ousam prever nem se a Bolsa irá
subir hoje. A cada apresentação
de indicadores que dêem sinais
de desaceleração da economia
mundial o mercado pode se
animar ou voltar a derreter.
Amanhã, a divulgação do índice de gastos pessoais dos consumidores americanos em outubro vai concentrar as atenções dos investidores. Esse dado é um importante sinalizador
do ritmo em que anda a maior
economia do mundo.
Ano de perdas
A alta de ontem serviu apenas para aliviar um pouco as
perdas acumuladas nos últimos
tempos no mercado doméstico.
O momento do mercado acionário é tão difícil que os fortes
ganhos da Bovespa de ontem
não foram suficientes nem para
que recuperasse a queda acumulada na semana passada
(que foi de 12,68%). No ano, o
Ibovespa tem baixa de 46,48%.
O mesmo vale para o câmbio.
O dólar ainda computa apreciação de 7,64% diante do real no
mês e de 30,84% no ano. As
atuações do Banco Central apenas têm ajudado a segurar um
pouco a elevação da moeda
norte-americana. Quando o cenário externo não ajuda, o real
tem encontrado dificuldades
para recuperar um pouco de
seu valor. Ontem, a autoridade
monetária leiloou US$ 2,16 bilhões em contratos de "swap"
cambial -títulos que pagam
aos investidores a variação da
moeda americana.
"Os investidores devem continuar com um alto grau de retração e aversão ao risco, reagindo com bastante pessimismo às más notícias da agenda
macroeconômica", diz Miriam
Tavares, diretora de câmbio da
corretora AGK.
LEIA MAIS sobre a equipe
econômica de Obama no caderno Mundo
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